Apresentação
Faustino Teixeira
O presente livro busca dar continuidade às reflexões sobre mística comparada que vêm sendo feitas por um grupo de pesquisadores brasileiros em seminários periódicos que ocorrem na cidade de Juiz de Fora por iniciativa do programa de pós-graduação em ciência da religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (PPCIR - UFJF), na linha de pesquisa sobre religião e místicas comparadas. Os trabalhos do primeiro seminário de estudos, realizado em setembro de 2001, foram reunidos em livro publicado nesta mesma editora[1]. Outros seminários aconteceram nos anos de 2003, 2004 e 2005, e esta publicação visa acolher alguns dos trabalhos que foram apresentados nestes últimos encontros.
Tem sido um fator de grande enriquecimento poder reunir pesquisadores de distintas universidades brasileiras, professores e alunos, para trabalhar um tema tão singular, complexo e provocador, como o da mística comparada. Trata-se de uma iniciativa peculiar e grávida de futuro, pois significa afirmar uma tradição de estudos da mística na academia, marcada pela preocupação de ampliação do olhar e de receptividade positiva às distintas contribuições do conhecimento. Abre-se igualmente a possibilidade do aprofundamento e discussão das fontes primárias, ou seja, dos textos de místicos das grandes tradições religiosas, num ambiente favorecido pelo recolhimento e preservado do espírito de competição que vigora no espaço acadêmico tradicional[2].
Há hoje uma grande atenção para as questões relacionadas à mística e espiritualidade, que extrapola largamente o âmbito da teologia e das ciências da religião. Distintas áreas como a da saúde, psicologia, história, ciências sociais, biologia, antropologia, física etc., têm se voltado com grande interesse para o tema. Talvez seja uma reação sadia diante da “atitude arrogante da modernidade” que privilegiou uma forma desencantada de ver o mundo, marcada pela exclusão ou abafamento do sublime, do misterioso e do maravilhoso. Este diagnóstico foi apontado por um dos mais importantes filósofos do judaísmo do século XX, Abraham Joshua Heschel (1907-1972). Na visão de Heschel, “o que distingue o homem do animal é a infinita, imprevisível capacidade para o desenvolvimento de um universo interior”[3]. E é este universo interior que os grandes místicos desvelam e desbastam com grande maestria, abrindo janelas inusitadas para um novo modo de ser no mundo. Os místicos são os “amigos de Deus”, sem os quais é muito difícil manter a secreta mirada que acessa os domínios do misterioso e inefável. São eles que despertam e acionam o senso da “delicadeza espiritual” que possibilita o real “encontro com o mistério dentro e além das coisas e das idéias”[4].
Na perspectiva dos grandes místicos, todos os seres humanos estão envolvidos pelas teias da delicadeza divina, mas nem sempre o olhar é capaz de captar a dinâmica deste dom e desta vizinhança. É no contato e aprendizado com os grandes “mestres do passado” que esta sensibilidade pode ganhar o terreno de afirmação e amadurecer como virtude de cortesia e delicadeza espiritual[5].
Os místicos são testemunhas de um grande e decisivo encontro que transformou suas vidas. Segundo Luiz Felipe Ponde, “o místico não fala a partir da sua condição criatural, mas sim da violência que esta sofre devido a visita daquilo que não cabe na natureza”[6]. A irradiante presença do divino produz embaraço e constrangimento, mas suscita a reorganização da consciência e a transfiguração do olhar, agora pontuados pelo essencial sentimento de dependência ontológica e sintonia com o mistério maior. Não há como romper os vínculos com esta “delicadeza” divina, que tece sua teia de misericórdia e dom.
A escolha do titulo da obra, nas teias da delicadeza, vem sinalizar a força de um dos termos mais vivos e expressivos da tradição religiosa islâmica – latīf – que cobre uma vasta gama de significados, entre os quais, sutil, gracioso e delicado[7]. Al-Latīf é também um dos nomes divinos no Islã, atestado em sete versetos do Corão. Trata-se de um termo de interpretação complexa, que veio traduzido em alguns casos como o sutil,o bondoso e o benevolente[8]. Com base na raiz trilítera de latīf, é perfeitamente plausível relacionar o termo delicadeza nas malhas que envolvem o significado do mistério maior, “inapreeensível” e “invisível”.
O livro compõe-se de dez artigos que buscam abordar alguns itinerários místicos substantivos. No artigo de abertura, o filósofo Luiz Felipe Pondé (PUC-SP) trata a questão da filosofia diante de D´us – um fragmento inacabado (1). Trata-se de uma reflexão inspirada nas meditações de Abraham Joshua Heschel sobre o Dia do Perdão (Yom Kippur), que traduz um momento fundamental da condição judaica. Como eixo da reflexão está a provocação feita pela “teologia profunda” de Heschel para a ampliação da compreensão da narrativa mística. Na visão deste autor, trata-se de uma teologia “aberta à experiência do encontro com a presença transcendente”[9], que possibilita a retomada de sentidos eclipsados na modernidade: a maravilha, o admirável e o sublime[10]. A disponibilidade humana para captar a “presença de Deus” provoca embaraço, e também a viva consciência da “dependência ontológica” que envolve o ser humano nas malhas do mistério maior. O filosofar ganha um novo sentido quando “inundado” por esta presença que constrange, possibilitando uma inusitada visão transfiguradora. O Dia do Perdão guarda em seu núcleo filosófico a marca da consciência de uma purificação que é sobretudo experiência de um dom misericordioso que é realidade de amor, e ao mesmo tempo a percepção dos limites que acompanham uma existência exilada desta presença.
O segundo artigo, de Élcio Verçosa Filho (PUC-SP), versa sobre os princípios da teologia mistica em São Gregório de Nissa (2). Não há como compreender a matriz da mística especulativa cristã sem a presença dos Padres gregos, dentre os quais destaca-se o capadócio Gregório de Nissa (330-394). Ele foi considerado o “pai da mística cristã” e o criador da “primeira teologia negativa sistemática na história do cristianismo”[11]. Em seu trabalho, Élcio busca acentuar o lugar e a originalidade deste grande capadócio na afirmação e consolidação de uma teologia mistica autenticamente cristã, e em particular a sua condição de precursor da reflexão teológica que será consolidada com Dionísio Areopagita (sécs. V-VI) . O autor destaca em seu artigo a singularidade da teologia apofática de Gregório de Nissa: uma teologia da divina transcendência.
Seguindo a trilha da mística cristã, Faustino Teixeira (PPCIR-UFJF) aborda no terceiro capítulo o tema da união mística e de sua riqueza simbólica num dos mais clássicos autores da espiritualidade ocidental: nos rastros do Amado: o cântico espiritual de João da Cruz (3). A reflexão concentra-se na preciosa narrativa do Cântico Espiritual, o trabalho mais representativo e famoso de João da Cruz, escrito entre os anos de 1578 e 1584. Como via de acesso para a reflexão desta complexa obra recorre-se às singulares contribuições de autores que, seguindo as trilhas de Jean Baruzzi, não se fixam nos limites da hagiografia carmelitana tradicional, abrindo pistas importantes para o estudo da mística comparada. Sem desconectar a poesia dos comentários em prosa, o estudo busca analisar o Cântico seguindo o modelo das três vias tradicionais do caminho místico: a via purgativa, a via iluminativa e a via unitiva.
No quarto capítulo, a teóloga Maria Clara Bingemer (PUC-RJ) busca apresentar um dos mais preciosos livros de Simone Weil (1909-1943), A espera de Deus (4), que recolhe importantes cartas e ensaios que foram publicados postumamente, em 1949. A autora concentra-se em particular nos textos mais representativos do livro, onde se aborda a autobiografia espiritual se Simone Weil, suas hesitações em torno do batismo e o tema do amor de Deus e a desgraça. Simone Weil foi uma autora sempre apaixonada pelos grandes místicos, por ela identificados como os “amigos de Deus”. Mas prefiriu ao longo de sua vida manter-se no “umbral da igreja”, em razão de dificuldades com a doutrina católico-romana. Em sua visão, o cristianismo apresentava-se católico mais de fato do que de direito, uma vez que excluía de seu abraço “tantas coisas que Deus ama”, e que também era objeto de seu amor mais profundo e que ela recusava abandonar, entre as quais as outras tradições religiosas, as riquezas contidas nos séculos passados e a dinâmica da vida profana[12]. Resistiu firmemente à idéia de estabelecer hierarquia entre as religiões, defendendo a virtude da “simpatia” inter-religiosa. Em sua visão, as diversas religiões são movidas por “equivalências ocultas” que só o fino discernimento consegue captar. Dizia que “aquele que conhece o segredo dos corações é o único que conhece também o segredo das diferentes formas de fé”[13].
Um outro itinerário místico foi apresentado por Vitória Peres de Oliveira (PPCIR-UFJF), no quinto capítulo do livro, no artigo intitulado A lucidez implacável da mistica – o caso dos malāmatis (5). O tema insere-se no domínio da mística islâmica, e aborda uma forma de espiritualidade sufi radical difundida no século IX, sobretudo em Nīshāpūr no Khorāsān (província oriental iraniana). Os malāmatís ficaram conhecidos em razão da obra de um dos grandes históricos do sufismo, Abū ´Abd al-Rahmān al-Sulamī (séc.X). Este núcleo distingue-se de outros do sufismo pelo zelo dedicado por seus membros à experiência espiritual, evitando de forma radical toda forma de ostentação em seus atos de piedade e o ocultamento ou dissimulação do próprio estado de vizinhança com Deus[14]. A insistência dos malāmatis na “perfeita sinceridade” (ikhlās) e na disciplina da “ludidez implacável” levou muitas vezes a atitudes heterodoxas de seus adeptos, como por exemplo a deliberada atração do desprezo do mundo, de forma a preservar a pureza de sua realidade interior e a intimidade com Deus. A apresentação da via malāmatí serve de base para a autora discutir ao final de seu trabalho a questão epistemológica dentro da área dos estudos da mística.
No sexto capítulo, Silvia Schwartz (PPCIR-UFJF) desenvolve o tema da “ciência do coração” no sufismo de Ibn´Arabī (6). A autora debruça-se sobre um dos temas mais clássicos da mistica islâmica, apoiando-se num dos grandes mestres do sufismo do século XII. Com base na metafísica da imaginação elaborada pelo grande shaykh de Múrcia, Silvia busca examinar a complexa questão das “imagens do coração”. Na tradição sufi, o coração (qalb) ocupa um lugar central, e representa o “órgão complexo de recepção mística”, o “órgão por excelência do conhecimento metafísico e da realização iniciática”[15]. Assim como um espelho, o coração reflete a cada momento a “Forma de Deus” manifestada, os atributos de Deus em contínua transformação. Mas para tanto, precisa ser pulido na jornada espiritual, de forma a poder captar, reconhecer e acolher a diversificação das teofanias divinas. É singular o alcance deste tema para o diálogo inter-religioso, na medida em que suscita a cortesia e hospitalidade para com as distintas crenças, que traduzem as inumeráveis cores que refratam a luz incolor do Mistério do Real[16].
Ainda no âmbito da mística islâmica, Mário Werneck Filho e Heliane Miscali (PPCIR-UFJF), discorrem sobre um belo conto de Djalāl-od-Dīn Rūmī (1207-1273): a história de Moisés e o Pastor, no Mathnawī de Rūmī (7). Trata-se de uma reflexão apresentada pelo místico persa em sua principal obra, o Mathnawī, que constitui uma feliz conjugação de poesia mística e tratado teológico-filosófico[17]. No longo e delicado conto de Rūmī, estão colocados importantes elementos sobre a cortesia inter-religiosa. É uma história que vem reforçar a idéia da presença graciosa de Deus que age de forma diversificada nos corações, provocando expressões distintas e particulares de acolhimento, para além das rígidas fronteiras traçadas pelas ortodoxias[18]. Rūmī indica o caminho da “religião do amor”, onde o que há de fundamental é a presença de um coração ardente, para além da língua e das palavras.
No oitavo capítulo, Cecília Cintra Cavalheiro de Macedo (PUC-SP) apresenta o tema da mística, religião e filosofia (8), com base na obra de Henri Bergson, As duas fontes da moral e da religião[19]. A autora reconhece ser impossível captar a experiência mística como tal, mas somente sua expressão descritiva. É por este intermédio que se pode aproximar “um pouco de seu ´perfume`, ouvir um pouco de seu ´chamado`”. Seguindo as trilhas do livro de Bergson, Cecilia busca encontrar uma sugestão adequada para o estudo da mística, que possa ser marcado por um “referencial dinâmico”, mais aproximado da “intuição”, de um método dinâmico e vivente que faculte uma maior sintonia entre a conclusão dos estudiosos e a experiência dos místicos, em sua originalidade e simplicidade. O trabalho busca estabelecer os traços de distinção e relação entre a religião dinâmica (mística), a religião estática (religião socialmente estabelecida) e a filosofia. E ao final, lança algumas pistas para a abordagem da mística num referencial bergsoniano.
A paisagem mística ganha um toque peculiar no capítulo nono, com o belo relato pessoal de Marco Lucchesi (UFRJ) sobre a sua busca pessoal de Deus: Crítica de uma razão desesperada: Deus ou Deus (9). Como todo buscador autêntico, Lucchesi abre o coração para mostrar a angústia que o acompanha na ultrapassagem dos diversos vales que o levam ao rosto maior do Amado. São rastros de uma Ausência que o abraça e devora, que acentuam a chama de uma paixão do infinito. Aquele rosto que está “em toda parte”, ainda que velado, e que acende os mais duradouros sonhos e esperanças.
O livro conclui-se com a abordagem de Margareth de Almeida Gonçalves (UFRJ) sobre o misticismo e subjetividade feminina na época barroca (10). Trata-se de uma “reflexão sobre o misticismo como uma modalidade particular de construção de subjetividades nos séculos XVI e XVII”. A autora concentra-se nas narrativas sobre o itinerário místico de duas personagens do antigo império português: Filipa da Trindade (Goa oriental – séc. XVII) e Jacinta de São José (Rio de Janeiro – séc. XVIII)[20]. Mediante o acompanhamento destas duas singulares personagens, a autora busca traçar uma “cartografia do feminino” que perdurou ao longo dos séculos XVI-XVIII nos espaços da colonização portuguesa, e também apontar “a importância da experiência mística na formação de uma identidade de mulher”.
Os diversos trabalhos apresentados neste livro, com suas nuances particulares, traduzem a riqueza do olhar multidisciplinar sobre a mística. Nada mais importante do que manter aberta a mirada e disponibilizar-se para o acolhimento de novas perspectivas que aprofundam e alargam as visões segmentadas. Na emblemática citação de Nietzsche, trazida à baila no artigo de Vitória Peres, “quanto mais olhos, diferentes olhos, pudermos usar para observar uma coisa, mais completo (...) nosso conceito desta coisa”.
[1] Faustino TEIXEIRA (Org.). No limiar do mistério: mística e religião. São Paulo: Paulinas, 2004 (436pp).
[2] Ver a respeito a interessante entrevista concedida por Luiz Felipe Pondé ao IHU Online a respeito dos seminários de Juiz de Fora:
http://www.unisinos.br/ihu/index.php?coming_from=noticias&dest=653
[3] Apud Alexandre G. LEONE. A imagem divina e o pó da terra. Humanismo sagrado e critica da modernidade em A.J.Heschel. São Paulo: Humanitas/FAPESP, 2002, p. 19.
[4] Ibidem, p. 32. E também p. 26.
[5] Abraham J. HESCHEL. O homem à procura de Deus. São Paulo: Paulinas, 1974, pp. 104-105.
[6] Luiz Felipe PONDÉ. Elementos para uma teoria da consciência apofática. Revista de Estudos da Religião – REVER, v. 3, n.4, 2003. Este artigo pode ser acessado via internet: http://www.pucsp.br/rever/rv4_2003/t_ponde.htm
[7] F.CORRIENTE. Diccionario árabe-español. Barcelona: Herder, 1991, p. 691; Marcello Perego. Le parole del sufismo. Dizionario della spiritualità islâmica. Milano: Mimesis, 1998, p. 141.
[8] Ibn AL´ARABĪ. El secreto de los nombres de Dios. 2 ed. Murcia: Editora Regional de Murcia, 1997, pp. 133-135 e 337 (introdução, tradução e notas de Pablo Beneito); Daniel GIMARET. Les noms divins en Islam. Paris: Cerf, 1988, pp. 391-394.
[9] Alexandre G. LEONE. A imagem divina..., p. 32.
[10] Ibidem, p. 32; Abraham Joshua HESCHEL. L´uomo non è solo. Milano: Mondadori, 2001, p. 45.
[11] Bernard McGINN. Storia della mistica cristiana in occidente. Le origini (I-V secolo). Genova: Marietti1997, p. 189; Henrique Cláudio de LIMA VAZ. Experiência mistica e filosofia na tradição ocidental. São Paulo: Loyola, 2000, p. 36.
[12] Simone WEIL. A la espera de Dios. 3 ed. Madrid: Trotta, 2000, p. 45; Id. Carta a un religioso. Madrid: Trotta, 1998, pp. 32-33 e tb. P. 15.
[13] Simone WEIL. A la espera de Dios, p. 113.
[14] Marijan MOLÉ. I mistici musulmani. Milano: Adelphi, 1992, pp. 85-92; Annemarie SHIMMEL. Le soufisme ou les dimensions mystiques de l´Islam. Paris: Cerf, 1996, pp. 116-122; Carlo SACCONE. I percorsi dell´islam. 2 ed. Padova: Edizioni Messaggero Padova, 2003, pp. 352-355.
[15] Ibn ARABĪ. Le livre des chatons des sagesses. Tome premier. Beyrouth: Al Bouraq, p. 327 (comentario de Charles-André Gilis). E também: Henri CORBIN. L´imagination créatrice dans le soufisme d´Ibn Arabī. Paris: Aubier, 1993, p. 170s.
[16] William CHITTICK. Mundos imaginales: Ibn al-Arabi y la diversidad de las creencias. Sevilla: Alquitara, 2003, pp. 280-283.
[17] Djalāl-od-Dīn RŪMĪ. Mathnawī. La quête de l´Absolu. Paris: Rocher, 1990, pp. 400-408 (MII – 1720-1877).
[18] Uma semelhante história vem apresentada por Abraham Heschel, tendo como interlocutores um jovem pastor e um sábio. Também aqui, o jovem pastor ora de forma livre e espontânea, provocando a ira do sábio. Era alguém “que não tinha nem Torah nem palavras; só tinha no seu coração o desejo de fazer o bem, e isso era considerado no céu como se fosse um grande coisa”: Abraham HESCHEL. O homem à procura de Deus. São Paulo: Paulinas, 1974, p. 57 (ver pp. 56-58).
[19] Henri BERGSON. As duas fontes da moral e da religião. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
[20] Este assunto foi tema de doutorado da autora, agora publicado em português: Império da fé. Andarilhas da alma na era barroca. Rio de Janeiro: Rocco, 2005.
(Apresentação ao livro: Faustino Teixeira (Org.). Nas teias da delicadeza. São Paulo: Paulinas, 2006, pp. 7-16)
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