O ritmo encantado das
religiões no Brasil: a questão do sincretismo
Faustino Teixeira
PPCIR/UFJF
Introdução
Um dos importantes desafios que se levantam hoje para a
pastoral e a teologia diz respeito à questão do sincretismo. Há, porém, que
superar uma visão preconceituosa, típica das formas dominantes de religião, que
associa o sincretismo a uma perniciosa mistura ou degradação, para
compreendê-lo como um fenômeno universal, que necessariamente ocorre quando se
processa o encontro com os outros. O campo religioso brasileiro fornece
exemplos extremamente significativos dessa incorporação criativa que se dá na
dinâmica processual inter-religiosa. Em verdade, o que ocorre no calor dos
trópicos é um “som Brasil” com tessitura vivamente relacional e sincrética,
favorecendo uma percepção inusitada e provocadora de um exercício distinto de
ser religioso no tempo atual.
Um campo religioso em
transformação
Seguindo a avaliação do último Censo
Demográfico realizado no Brasil em 2010, o que se verifica é um progressivo
processo de pluralização religiosa, com indicações precisas de uma dinâmica de
movimento. Para um país que se apresentava até pouco tempo como hegemonicamente
católico, algumas mudanças começam a ocorrer, indicando um campo religioso em
transformação. Segundo os dados do Censo, o catolicismo vem perdendo força a
cada década: 99,7% em 1872; 89,2% em 1980; 83,3% em 1991; 73,6% em 2000 e 64,6%
em 2010 (em torno de 123 milhões de declarantes). Enquanto os índices do
catolicismo caem, verifica-se um considerável crescimento evangélico, com o indicativo
de 22,2% em 2010 (cerca de 42 milhões de declarantes). Nesse crescimento, um
papel especial concedido aos pentecostais, que tiveram um crescimento espantoso
entre 1991 e 2010, passando de pouco mais de oito milhões para mais de vinte e
cinco milhões de adeptos, num ritmo de crescimento superior ao da população
brasileira, abarcando quase todas as regiões do país. Considerável também o
crescimento dos sem religião, ou não afiliados, que alcançaram no último Censo
o registro de 8% dos declarantes, cerca de 15,3 milhões de pessoas. Em seguida
aparecem os declarantes espíritas, que também registraram um singular
crescimento, passando de 1,3% em 2000 para 2,02% em 2010, o que indica um
número aproximado de 3,8 milhões de seguidores. As religiões de matriz
afro-brasileira aparecem com uma declaração de crença mais modesta, com o
índice de 0,3% da população brasileira, e o Censo indica que elas vêm sofrendo
uma redução progressiva desde 1991, sobretudo a umbanda.
Com base nos dados do Censo de 2010
não há como negar a força do referencial cristão na sociedade brasileira.
Somando-se o registro dos católicos com os evangélicos, chega-se quase a 90% da
declaração de crença. Mas já se começa a perceber uma movimentação nova, com a
presença dos sem religião (8%), dos espíritas (2,02%) e adeptos das religiões
de matriz afro-brasileira (0,3%). Acrescenta-se ainda a presença do judaísmo
(0,06%) e das religiões orientais, ainda bem minoritárias em nosso país,
envolvendo uma estreita parcela de 0,22%; bem como as religiões dos povos
originários e as tradições esotéricas.[1].
Os dados apresentados pelo Censo não
conseguem, porém, dar uma ideia precisa da dinâmica que anima o campo religioso
brasileiro, mas não dá para entender esse campo com as lentes de um monolitismo
religioso. Como bem mostrou Pierre Sanchis, as religiões no país “não formam
blocos estanques: existem pontes, relações e transferências de sentido”.[2] O
catolicismo brasileiro oferece um exemplo bem particular. É uma tradição que se
veste com uma roupagem bem plural em suas malhas diversificadas. A forma de sua
inserção na sociedade brasileira ganha essa coloração singular, com “mecanismos
de fagocitose” que são peculiares, indicando que, na verdade, “há religiões
demais nesta religião”[3]. E
assim como nas outras tradições, ocorre com o catolicismo os efeitos visíveis
do processo de desinstitucionalização em curso. Foi o tempo em que as
instituições se apresentavam como estruturas sólidas que enquadravam e regulavam
rigidamente o universo das experiências religiosas. O que temos hoje é uma
dinâmica bem mais fluida, que aponta para um horizonte bem diverso:
“Um dos problemas mais críticos
que as instituições religiosas terão de enfrentar nos próximos anos será de se
haver com um significado menos totalizante para a relação identitária que seus
fiéis manterão com elas. Conservando-se presentes as identidades religiosas
institucionais, é provável que o seu significado e o seu conteúdo se
diversifiquem e se modalizem”.[4]
Sem negar a presença de ondas
identitárias que se firmam no cenário religioso, urge entender que esse
processo novo, pontuado pela ampliação das porosidades, indica que as
declarações de pertença religiosa vão se tornando cada vez mais complexas,
exigindo uma atenção mais fina do analista.
Um ritmo religioso encantado
O campo religioso brasileiro vem
marcado por um ritmo singular, de circulações, interações, composições e
múltiplas pertenças. A forma de viver a religiosidade não envolve exclusão ou
rupturas mais fortes, mesmo que isto possa ocorrer aqui e ali, num tempo que é
também de irrupções fundamentalistas. Na verdade, os devotos buscam ampliar
suas possibilidades de apoio e proteção, sobretudo em tempos de anomia. Vale
para o brasileiro o que expressou tão bem João Guimarães Rosa, com o personagem
Tartarana em seu romance Grande sertão, veredas:
“Muita religião, seu moço! Eu
cá, não perco ocasião de religião. Aproveito de todas. Bebo água de todo rio...
Uma só, para mim é pouca, talvez não me chegue”.[5]
O brasileiro, sobretudo aquele do
meio popular, vive num mundo encantado, num clima de grande espiritualização,
modulado pela presença de forças, energias e espíritos. Trata-se de um mundo
relacional, com destaque para o ritmo do “outro mundo”. O brasileiro não vive
apenas em torno da “casa” e da “rua”, mas também tocado pela presença dessa
outra região, marcada pelo signo da eternidade. É, na verdade,
“um local de síntese, um plano
onde tudo pode se encontrar e fazer sentido. Assim, o outro mundo – o mundo dos
mortos, fantasmas, espíritos, espectros, almas, santos, anjos e demônios – é
também uma realidade social marcada por esperanças, desejos que aqui ainda não
puderam se realizar pessoal ou coletivamente”.[6]
Essas forças e espíritos envolvem os
fieis numa aliança de encantamento, estabelecendo relações que são fundamentais
para a nomização pessoal e coletiva. O diálogo com esses “outros” está sempre
presente e conforma a plausibilidade da construção do mundo. É nesta relação
que se firma e mantém o mundo subjetivo. São “outros” que entram no mundo e
firmam a dinâmica do sujeito: “orixás para alguns, mortos, santos ou entidades
para outros; Nossas Senhoras que aparecem e vêm conviver com os homens; anjos,
espíritos, forças cósmicas, demônios, ou tudo isso ao mesmo tempo; enfim,
Espírito Santo para pentecostais e carismáticos”.[7]
Esse circuito de espíritos não é um
fenômeno isolado ou restrito a grupos específicos, mas algo que envolve cerca
da metade da população brasileira. Não é pouca coisa. São dezenas de milhões de
brasileiros que entram regularmente em contato com este outro mundo e
estabelecem com ele relações personalizadas.[8]
As expressões religiosas existentes
são porosas, permitindo uma gama de pontes e relações. Não há, em geral,
insulamentos de exclusividade. Partindo da tradição dos povos originários, o
que se vê é a presença de um mundo invisível povoado de forças e poderes que
acompanham de perto as pessoas. No belo livro de Davi Kopenawa e Bruce Albert, A queda do céu, o xamã yanomami fala da
presença viva dos xapiri que habitam
a floresta: “Em todos os lugares onde vivem humanos, a floresta é assim povoada
de espíritos animais. São as imagens de todos os seres que andam pelo solo,
sobem pelos galhos ou possuem asas”.[9]
Um olhar atento sobre o catolicismo
popular capta a presença viva dos santos, das rezadeiras, beatos e benzedeiras
e o seu incrível potencial de lidar com as forças do sagrado. Cada canto do
sertão vem pontuado pela presença de um curandeiro, que está ali para ajudar os
outros a resolver inúmeras questões, como a cura de doenças, a solução para a
perda de objetos, a anulação do efeito de infortúnios, como a picada de cobra ou o mal
olhado. O fundamental não é necessariamente a “resolução” do problema, mas a
manutenção da “certeza na possibilidade de acesso ao Além”.[10]
Essa dinâmica encantada povoa não
apenas o catolicismo popular, mas está igualmente presente na irradiação
pentecostal, marcado por inúmeros sinais e mediações, que articulam gestos,
objetos, copos d´água, terra, contatos físicos etc. E o “outro” da tradição
religiosa distinta aparece através dos recursos simbólicos utilizados. O
repertório particular vai sendo igualmente tecido pelo recurso emprestado de outra religião,
como no caso das entidades das religiões afro. Ocorre muitas vezes uma espécie
de “antropofagia da fé inimiga”, ou fagocitose, quando as outras entidades são
convocadas a se apresentarem no percurso do ritual como parte integrante da
dinâmica em curso.[11]
Bricolagens diversificadas acontecem
também nas práticas do pentecostalismo católico, ou renovação carismática,
quando o reavivamento religioso vem ressignificado com a presença de elementos
simbólicos de outras tradições religiosas. Ocorrem ainda dinâmicas de
intercâmbio de carismáticos com práticas holísticas envolvidas numa cosmovisão
Nova Era.[12]
O “mundo invisível” comparece
intensamente nas práticas do espiritismo kardecista no Brasil. Com a presença
da mediunidade se estabelece uma comunicação espiritual entre os dois mundos, o
visível e o invisível. Mesmo com uma modesta presença estatística no Brasil,
não há como negar o impacto de uma “impregnação” espírita na sociedade
brasileira, com destaque no mundo cultural, nos romances, filmes e novelas.
Merece também relevo a figura de Chico Xavier, que não apenas nacionalizou o
perfil do kardecismo, integrando-o ao ethos nacional, como também aproximou-o do catolicismo
popular.[13]
No âmbito das religiões
afro-brasileira, em particular no candomblé, a beleza da “dança dos deuses”,
que proporciona um encontro fabuloso entre os fiéis e seus orixás, produzindo
uma profunda ressignificação do sujeito, uma intensificação de sua
personalidade, envolvida e penetrada pela presença dos deuses, que tomam o
corpo dos fiéis e provocam o encontro festivo do céu e da terra. Como sublinha
Pierre Verger, a baiana deixa de ser uma entre milhares de outras para se
transformar numa “rainha”. Ou na bela reflexão de Roger Bastide:
“Não são mais costureirinhas,
cozinheiras, lavadeiras que rodopiam ao som dos tambores nas noites baianas;
eis Omolu recoberto de palha, Xangô vestido de vermelho e branco, Iemanjá
penteando seus cabelos de algas. Os rostos metamorfosearam-se em máscaras, perderam
as rugas do trabalho cotidiano, desaparecidos os estimas desta vida de todos os dias, feita de
preocupações e de miséria. Ogum guerreiro brilha no fogo da cólera, Oxum é toda
feita de volúpia carnal. Por um momento, confundiram-se África e Brasil;
aboliu-se o oceano, apagou-se o tempo da escravidão. Eis presentes aqui os
orixás, saudando os tambores, fazendo icá
ou debalé diante dos sacerdotes
supremos. Não existem mais fronteiras entre natural e sobrenatural; o êxtase
realizou a comunhão desejada”.[14]
Podemos,
em síntese, sinalizar que os caminhos que levam ao Mistério no Brasil são
pontuados por tessituras diversificadas: o que importa é alargar as cadeias de
proteção e a malhas da plausibilidade. O brasileiro tem essa artimanha peculiar
de “sintetizar, relacionar e conciliar, criando com isso zonas e valores
ligados à alegria, ao futuro e à esperança”.[15] E
para levar a vida com coragem, “muita religião”. E os recursos da fé são
utilizados para driblar as ameaças do Demo. Particularmente no âmbito popular,
vive-se a presença do divino e do milagre com muita força e intensidade: “Deus
vem vindo: ninguém não vê. Ele faz é na lei do mansinho – assim é o milagre. E
Deus ataca bonito, se divertindo, se economiza”.[16]
De forma muito distinta das regras tecidas pela sociologia
oficial, no campo religioso brasileiro, não há campos opostos que dividem o
sagrado e o profano: “A religião popular transgride a regra e incorpora os dois
domínios em um só, dentro de um mesmo sistema, para fazer, aí então, momentos
rituais de circulação da comunidade de devotos entre um e outro, às vezes
dentro de um mesmo rito, às vezes ao longo de uma sequência deles”.[17]
Retomando o sincretismo
Em âmbito religioso, o sincretismo vem compreendido como
uma fusão singular de passos religiosos heterogêneos, ou mesmo como uma
contaminação de uma religião dominante estabelecida por elementos estranhos
advindos de uma outra tradição. Essa visão pejorativa é a que tem muitas vezes
prevalecido na interpretação do fenômeno. Trata-se de uma visão depreciativa do
sincretismo, entendido como mistura, confusão ou degradação.
É uma perspectiva que se firma nesse momento particular de intensificação
identitária ou mesmo de irradiação fundamentalista. Uma nítida rejeição de
qualquer possibilidade de intercâmbio ou interação entre mundos religiosos
distintos. É o que ocorreu, por exemplo, no campo católico durante o
pontificado de João Paulo II, com a presença do cardeal Ratzinger na
Congregação para a Doutrina da Fé (CDF). Na carta da CDF aos bispos da igreja
católica acerca de aspectos da meditação cristã, a reticência ao sincretismo
vem nitidamente colocada, sobretudo no âmbito das experiências que vinculam a
meditação cristã com outras formas de meditação conexas com as religiões
orientais. O que para alguns poderia ser visto como um enriquecimento da
herança tradicional, é percebido como um “pernicioso sincretismo”.[18]
Com o precioso aporte das ciências sociais, a questão do
sincretismo vem hoje situada numa perspectiva bem distinta. Não há como pensar
as civilizações, culturas ou religiões num quadro cerrado ou estanque,
deslocadas das distintas correntes que animam a história humana. A história é
tecida por redes, trocas e fertilizações mútuas. Na verdade, “as culturas são
em geral mais naturalmente elas mesmas quando entram em parceria com outra”.[19]
Isto também vale para as religiões. Nada mais ilusório que os monolitismos
religiosos. Os blocos nunca são estanques. No âmbito existencial e vital o que
se verifica são pontes e relações, contínuas “transferências de sentido”.
Com base no pensamento de Lévi-Strauss, o antropólogo
Pierre Sanchis assinalou com pertinência que o fenômeno do sincretismo não é
simplesmente a expressão de misturas ou paralelismos, e muito menos de
degradações, mas um dado constante no desenrolar das culturas e religiões em
seu processo de interação. Trata-se de um fenômeno universal, que acompanha os
grupos humanos em seu processo relacional. Ou seja, “a tendência a utilizar
relações apreendidas no mundo do outro para ressemantizar o seu próprio
universo”.[20] Nessa ocular, o sincretismo vem captado como
um fenômeno de redefinição contínua da identidade. Não há religiões ou culturas
puras, desconectadas do campo real. O contato ou confronto com outras
identidades favorece o precioso intercâmbio e incorporação dos potenciais
simbólicos diferenciados e enriquecedores.
A avaliação do sincretismo depende também do lugar social
de onde a questão vem observada. Ele permite certas percepções, bem como
interdita outras. Caso o observador se situe “no lugar beneficiado do
catolicismo, entendido como uma grandeza feita, constituída e fechada, então
tende a considerar o sincretismo como uma ameaça que importa evitar”. Se o
lugar é outro, mais perto da realidade vivida, a ocular vem modificada, com a
possibilidade de percepção da vitalidade de uma identidade nutrida e
enriquecida por novas e inusitadas sínteses.[21]
Assim como as outras tradições religiosas, o catolicismo vem igualmente permeado
de sincretizações ao longo de toda a sua trajetória.
O caso brasileiro é exemplar para expressar a dinâmica
vital do sincretismo religioso. O que para muitos é sinal de estranheza ou
superstição, é vivenciado como um modo preciso de ampliar as cadeias de
proteção.[22] A
experiência religiosa, com o aporte da tradição popular, vem redimensionada,
com a presença de um “sagrado que irrompe no mundo de muitas formas e por
muitas mediações, assumindo expressões múltiplas e diversificadas para além das
fronteiras das religiões institucionalizadas”.[23] O
catolicismo em particular ganha um vestimento plural, bem distinto do que
ocorre em outras partes do mundo. Esse campo plural vem celebrado nos romances,
filmes, novelas e enredos carnavalescos. É um traço peculiar do campo religioso
brasileiro. Mesmo reconhecendo aí o impacto recente de tendências
anti-sincréticas, envolvendo segmentos do mundo pentecostal e do candomblé[24],
o que se verifica dominantemente é o recurso à pluralização. É um traço
tropical que perdura, de contínua flexibilização.
A mudança de perspectiva reflete-se também no âmbito da
reflexão teológica, favorecida pelos desdobramentos singulares no campo do
diálogo inter-religioso e dos debates em torno da inculturação. Há hoje uma
nova sensibilidade para acolher a positividade de uma dupla pertença, a partir
de experiências precisas e novidadeiras no âmbito do diálogo das religiões.
Isto tem ocorrido singularmente em experiências espirituais, de oração e vida
contemplativa, bem como de disciplina ascética, com combinações criativas e
empenhativas.[25]
Há quem reconheça que um momento novo se apresenta nesse
campo da acolhida plural, revelando uma nova faceta do cristianismo, ou mesmo
de uma “figura inédita do ser cristão”.[26] A experiência de deixar-se hospedar pelo outro
provoca mudanças substantivas no mundo da identidade, revelando traços
inovadores no modo de ser religioso. Ensaios concretos no âmbito da
inculturação, sobretudo nos países do terceiro mundo, apontam para um horizonte
revelador. O contato do evangelizador com outras culturas favorece não apenas a
expressão distinta de uma mesma mensagem, mas a captação de traços originais
que enriquecem e ampliam a identidade. O outro e sua cultura ajudam a
“sublinhar e desenvolver aspectos inéditos da verdade”.[27] Como
mostrou com acerto Jacques Dupuis,
“Há algo que os cristãos
poderão ganhar por meio do diálogo. Tirarão dele um duplo benefício. Pela
experiência e o testemunho alheio, serão capazes de descobrir com mais profundidade
certos aspectos, certas dimensões do mistério divino, que haviam percebido com
menor clareza e que foram comunicados com menos clareza pela tradição cristã.
Concomitantemente, ganharão uma purificação da própria fé”.[28]
(Publicado
na revista Spiritus (edição francesa) n. 229, décembre 2017, p. 455-465)
[1] Para uma apresentação desses dados cf. Faustino
Teixeira. O Censo de 2010 e as religiões no Brasil: esboço de apresentação. In:
____. & Renata Menezes (Orgs). Religiões
em movimento. O Censo de 2010. Petrópolis: Vozes, 2013, p. 17-35.
[2] Pierre Sanchis. Religiões, religião... Alguns
problemas do sincretismo no campo religioso brasileiro. In: ____. (Org.). Fiéis & cidadãos. Percursos do
sincretismo no Brasil. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2001, p. 18.
[3] Pierre Sanchis. Introdução. In: ____. (Org.). Catolicismo: modernidade e tradição. São
Paulo: Loyola, 1992, p. 33.
[4] Pierre Sanchis. Prefácio. In: Faustino Teixeira &
Renata Menezes (Orgs). Religiões em
movimento, p. 13-14.
[5] João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 14 ed.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1980, p. 15.
[6] Roberto DaMatta. A
casa & a rua. Espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. Rio de
Janeiro: Rocco, 1997, p. 151.
[8] Ibidem, p. 27; Gilberto Velho. Projeto e metamorfose. Antropologia das sociedades complexas. 3 ed.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003, p. 53-54; José Jorge de Carvalho.
Características do fenômeno religioso na sociedade contemporânea. In: Maria
Clara L. Bingemer (Org). O impacto da
modernidade sobre a religião. São Paulo: Loyola, 1992, p. 146.
[9] Davi Kopenawa e Bruce Albert. A queda do céu. Palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia
das Letras, 2015, p. 121.
[10] Francisco Régis Lopes Ramos. O meio do mundo: território sagrado em Juazeiro do Norte.
Fortaleza: UFC, 2012, p. 187.
[11] Ronaldo de Almeida. A guerra das possessões. In: Ari
Pedro Oro; André Corten; Jean-Pierre Dozon (Orgs). Igreja universal do reino de Deus. Os novos conquistadores da fé.
São Paulo: Paulinas, 2003, p. 340-341.
[12] Eliane Martins de Oliveira. O mergulho no Espírito de
Deus: interfaces entre catolicismo carismático e a Nova Era. Religião & Sociedade, v. 24, n. 1,
2004, p. 85-112; Carlos Steil. Renovação Carismática Católica: porta de entrada
ou de saída do catolicismo? Uma etnografia do Grupo São José, em Porto Alegre. Religião & Sociedade, v. 24, n. 1,
p. 11-36.
[13] Sandra Jacqueline Stoll. Espiritismo à brasileira. São Paulo: Edusp/Orion, 2004.
[14] Roger Bastide. O
candomblé da Bahia. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 39.
[15] Roberto DaMatta. O
que faz o brasil Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 121.
[16] João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas, p. 21.
[17] Carlos Rodrigues Brandão. Sacerdotes de viola. Petrópolis: Vozes, 1981, p. 152.
[18] CONGREGAÇÃO para a Doutrina da Fé (CDF). Alguns aspectos da meditaç ão cristã. Petrópolis: Vozes,
1990 (Documentos Pontifícios, 233).
[19] Edward Said. Reflexões
sobre o exílio e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.
330.
[20] Pierre Sanchis. Pra não dizer que não falei de
sincretismo. In: Comunicações do ISER,
n. 45, Ano 13, 1994, p. 7 (A dança dos sincretismos).
[23] Carlos Alberto Steil. Catolicismo e cultura. In:
VALLA, Victor Vincent (Org). Religião e
cultura popular. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 32.
[24] Pierre Sanchis. Religiões, religião..., p. 28-29.
[25] Jacques Dupuis. Il
cristianesimo e le religioni. Brescia: Queriniana, 2001, 426; Claude
Geffré. Profession théologien. Quelle
pensée chrétienne pour le XXI siècle? Paris: Albin Michel, 1999, p. 242;
Michael Amaladoss. La double appatenance religieuse. In: Vivre de plusieurs religions. Promesse ou illusion? Paris: Les
Éditions Ouvrières, 2000, p. 51.
[26] Claude Geffré. Double appartenance et originalité du
christianisme. In: Dennis Gira; Jacques Scheuer (Eds). Vivre
de plusieurs religions, p. 134.
[28] Jacques Dupuis. Rumo
a uma teologia cristã do pluralismo religioso. São Paulo: Paulinas, 1999,
p. 521
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