sábado, 6 de junho de 2020

Cat Stevens, a música que não envelhece

Cat Stevens: a música que não envelhece

Faustino Teixeira


Sou um eterno apaixonado pela música da década de 1970. O que aconteceu naquele tempo em termos sonoros é mesmo muito difícil encontrar. Dentre minhas paixões daquele tempo: Crosby, Still e Nash; James Taylor (grande!) e Cat Stevens. 

Daí minha emoção hoje, dia 02/06/2020, ao ler a matéria de Silvio Essinger no O Globo sobre Yusuf, ex-Cat Stevens. Uma beleza de reflexão.

O autor fala da volta de Cat na voz de Yusuf, que nasceu como Steven Giorgiou . Na trajetória de Cat Stevens, uma tuberculose que quase o matou. Durante sua recuperação, foi tomado por uma singular experiência espiritual: “Ele acordou para sua espiritualidade e se deu conta das ilusões que o chamado progresso trazia para a humanidade”. 

Nesse período, compôs cerca de 40 canções, que resultaram no belíssimo álbum Tea for the Tillerman. Na foto da capa, duas crianças que brincam perto de um homem que bebe tranquilo o seu chá, e está muito feliz. O álbum foi lançado em novembro de 1970 e ficou famoso. Com ele, se tornou “um dos mais conhecidos nomes do pop mundial, com canções lapidares, suave, ancoradas no folk, como ´Wild world` e ´Father and son`”. 

Quase cinquenta anos depois, Yusuf Islam, como vem hoje nomeado Cat Stevens, depois de sua conversão ao Islã, retorna ao seu disco mais famoso, regravando as canções, com o estilo semelhante de capa. O CD só vai sair em 18 de setembro de 2020, mas veio precedido de um single, com a canção “Where do the children play”, na praça desde sexta feira passada. Yusuf tem hoje 71 anos e mora em Dubai. Justifica a razão de retomar sua trajetória: 

“Sempre que a gente olha  para as velhas fotografias, elas podem não lembrar quem você é hoje. Mas, quando se trata de música, ela não envelhece. E, quando eu ouço a minha música daquela época, ela ainda soa incrivelmente pessoal e poderosa. Ela contém a minha alma, minhas preocupações, meus sonhos, meus relacionamentos, minha família”

Tão bonito retomar canções como “Wild World”, que relata o fim de um relacionamento amoroso, e a dificuldade de “sobreviver apenas com um sorriso”. Yusuf sublinha que já compôs muito ao longo de sua vida, e vê como algo divertido fazer as novas adaptações. Vale lembrar que Cat Stevens já morou no Rio de Janeiro e visitou a cidade inúmeras vezes entre os anos de 1974 e 1982. Na ocasião compôs seu álbum mais fortemente espiritual, “Numbers” (1975). 

Yusuf relança seu álbum num tempo de pandemia. Ele diz: “À medida que progredimos, as coisas vão ficando piores, mais distorcidas. A Humanidade está sendo posta à prova, a tecnologia não está nos ajudando”. Ao ser perguntado sobre o mundo, se ele poderá se tornar menos selvagem, ele responde com a calma que o caracteriza: “Isso só acontecerá se as lideranças ficarem mais conscientes e, em vez de se preocuparem com o seu futuro político, derem atenção ao futuro do mundo”, como faz, por exemplo, Greta Thumberg. 

Cat Stevens se salvou uma vez da tuberculose, e depois outra de uma “quase” afogamento. Invocou o nome de Deus num momento muito difícil no mar, e prometeu que caso se salvasse se converteria ao Islã. Uma onda veio em sua ajuda, e ele conseguiu escapar. A conversão veio em seguida, e um caminho novo se abriu para ele, agora no Islã. Enviado do meu iPhone

Nenhum comentário:

Postar um comentário