Jacques Dupuis: a honradez de
uma teologia livre
Faustino Teixeira
Em preciosa obra sobre a
sobrevivência da teologia na cultura contemporânea (A teologia no exílio. Vozes, 2006), Christian Duquoc sublinha que
os teólogos só firmam sua credibilidade quando ousam “pensar por si mesmos”,
seguindo uma exigência de Kant. Vivemos novos tempos, e os teólogos são
provocados a assumirem a “liberdade de suas opções”. A trajetória intelectual
de Jacques Dupuis (1923-2004) é um exemplo vivo dessa nova perspectiva de
reflexão. Estamos diante de uma das mais honradas figuras da teologia católica
na transição do século.
Estamos vivendo tempos novos e
arejados no pontificado de Francisco, mas as décadas anteriores foram mais
sombrias na conjuntura eclesiástica. O caso Dupuis é um exemplo vivo das
difíceis tensões que a teologia viveu na sua busca de liberdade e inserção
autêntica no tempo. Com a recente publicação da obra organizada por William R.
Burrows, Por que não sou herético
(EMI, 2014), abre-se a oportunidade para Dupuis “responder a seus críticos na
forma que lhe foi negada durante a sua vida”. Foi o caminho encontrado pelo
amigo e editor inglês de suas obras para ampliar e divulgar a preciosa reflexão
do teólogo belga. O livro apresenta-se dividido em quatro capítulos, dois dos
quais (II e III) dedicados a apresentar os pontos de vista de Jacques Dupuis
sobre a Declaração Dominus Iesus (CdF,
agosto de 2000) e sobre o processo movido contra ele desde setembro de 1998,
culminado na Notificação crítica sobre seu livro, em fevereiro de 2001: Rumo a uma teologia cristã do pluralismo
religioso (1997). Os outros dois capítulos (I e IV), de autoria de W.
Burrows, apresentam o ponto de vista de seu editor inglês sobre o processo
sofrido por Dupuis por parte da CdF e a Notificação que se seguiu. Para ajudar
o leitor, as referências das páginas do livro seguirão em parêntesis.
No capítulo introdutório, W. Burrows apresenta de forma
sintética a vida e obra de Dupuis, culminando na polêmica que envolveu o seu
pensamento com a Congregação para a Doutrina da Fé (CdF). Na visão de seu
editor, Dupuis era antes de tudo um homem de igreja, que se dedicou
integralmente ao serviço dos jesuítas, por cinquenta e três anos, dos quais
trinta e seis vividos na Índia. E essa experiência missionária foi decisiva,
como ele mesmo relata em depoimento de 2003: “A minha exposição à realidade
indiana foi a maior graça que pude receber de Deus com respeito à minha vocação
de teólogo e professor”. Sua presença na Índia remonta aos anos de 1948. Ali
segue seus estudos de teologia, complementados em Roma, bem como sua ulterior
tarefa no magistério teológico, começada em Kurseong e concluída em Nova Deli
(Vidyajyoti Institute of Religious Studies). A transferência para Roma ocorreu
em 1984, por sugestão do padre geral dos jesuítas, Pedro Arrupe (1907-1991),
que tinha grande apreço pelo trabalho de Dupuis. Assume então a tarefa de
professor na Pontifícia Universidade Gregoriana. Curioso o que ocorreu. Na
Índia, Dupuis era considerado muito prudente, tanto para os seminaristas quanto
para os teólogos jesuítas locais. Também para Panikkar, Dupuis vinha
identificado como um teólogo “ocidental e conservador”. E ao chegar a Roma e
iniciar suas atividades ali, passa a ser considerado “muito radical”, identificado
agora como “um símbolo do progressismo e da abertura” (35).
O trabalho de Dupuis na Gregoriana
foi coberto de sucesso. Seus cursos e seminários estavam sempre cheios e
inúmeras as solicitações de orientação (37). Assumiu também a direção da
revista Gregorianum, que ficou 18
anos sob sua responsabilidade (1985-2003). Vale também recordar o seu trabalho
de consultor do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso (39-40),
tendo sido um dos principais responsáveis pela redação de um dos mais abertos
documentos pontifícios sobre o tema do diálogo do cristianismo com as
religiões, denominado Diálogo e Anúncio
(1991).
O processo canônico movido contra
Dupuis foi iniciado em 26 de setembro de 1998, através de carta do cardeal
Ratzinger (então prefeito da CdF) endereçada ao superior dos jesuítas, padre
Peter Hans Kolvenbach. A razão de tudo isso era o livro publicado por Dupuis em
1997, Rumo a uma teologia cristã do
pluralismo religioso. Por decisão da Cdf, em reunião ocorrida em junho de
1998, o livro torna-se objeto de contestação, e segundo a avaliação da
assembleia ordinária de seus membros, a obra do teólogo belga apresentava
“graves erros e ambiguidades doutrinais sobre a doutrina da fé católica a
propósito da revelação, da soteriologia, da cristologia e trindade” (64).
Seguiu-se um processo extremamente doloroso para Dupuis, tendo que responder às
diversas indagações do dicastério romano. Inúmeras páginas de questões foram
lançadas a ele, que respondeu longamente, em ocasiões distintas: foram 188 páginas
na resposta ao primeiro documento e 60 páginas para a outra série de indagações
lançadas. Tudo isso seguido de um doloroso silêncio. As respostas dadas por
Dupuis foram julgadas insatisfatórias pela CdF e o processo resultou na
Notificação de seu livro, cujo texto definitivo
veio publicado em 27 de fevereiro de 2001 no jornal L´Osservore Romano (125).
A tensa situação não impediu Jacques
Dupuis de publicar um novo livro, em 2001, com o título: O cristianismo e as religiões (Queriniana). A autorização de
publicação (imprimi potest) vinha
dada pelo vice-reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana, o padre Francisco
J. Egaña,
e o prefácio do livro foi escrito pelo teólogo Luigi Sartori. O livro de Dupuis não continha muita
novidade. Retomava os temas de seu livro anterior, de forma agora mais breve e
prática, sem tantas notas, visando sobretudo o público geral. Mas sem dúvida
isso passou despercebido para a CdF e talvez mesmo para os superiores jesuítas,
como dá a entender Burrows na introdução do último livro de Dupuis. E ele
relata a reação de Dupuis: “Dupuis disse ter provado uma certa delectatio amorosa (prazer perverso) ao
constatar que seus inquisidores da CdF não sabiam que seu novo livro estava em
vias de ser publicado” (15). As reações de Dupuis diante das acusações da CdF
foram sempre muito claras e diretas, como expressou a Burrows numa conversa
telefônica: “Se tivesse dito, querido dizer ou acreditado no que eles me
atribuíam, seria em verdade um herético. Mas não o fiz” (15). O teólogo belga
esteve sempre muito seguro de sua posição, e ciente de seu domínio da dogmática
católica. Movia-se pela convicção de que conhecia a tradição dogmática católica
melhor do que seus diletantes, e tinha firmeza e tranquilidade sobre a sua fé:
“Se eu sou um herético, então também o é João Paulo II” (59). Há que lembrar
que Dupuis, junto com J. Neuner, estava trabalhando com afinco na sétima edição
de uma grandiosa obra, com mais de 11.000 páginas, sobre a dogmática católica: Christian Faith in the Doctrinal Documentos
of the Catholic Church (Alba House, 2001).
Dois personagens curiais tiveram
grande importância no processo movido contra a obra de Jacques Dupuis: Tarcisio
Bertone e Angelo Amato. O primeiro era então secretário da CdF e o segundo,
consultor do dicastério. Os dois eram salesianos, e tiveram um papel importante
na redação seja da Dominus Iesus como
da Notificação crítica da obra de Dupuis (24). Na visão de Burrows, os dois
prelados falharam em seu trabalho de assessoria ao cardeal Ratzinger, contaminando
a correta visão teológica de Dupuis. Se nos damos conta da obra publicada sob a
orientação de Angelo Amato (quando secretário da CdF), em 2006, com diversos
documentos da CdF publicados entre os anos de 1966 e 2005, o clima da
introdução geral da obra – por ele assinada - já indica a dificuldade com a
teologia das religiões: “Para desenvolver a sua tarefa a CdF teve que intervir
por diversas vezes nesses anos no confronto de alguns teólogos que, com suas
doutrinas errôneas, causavam grande escândalo aos fiéis e turbamento no inteiro
corpo eclesial” (CdF – Documenta Inde a Concilio Vaticano Secundo expleto
edita).
No colóquio pessoal com Ratzinger,
em setembro de 2000, a impressão causada a Dupuis, era que o prefeito da CdF
não tinha compreendido bem os detalhes de sua teologia, ou então estava mal
informado a respeito. E o livro de Dupuis já tinha sido publicado em três
línguas (italiano, francês e inglês), em editoras de grande relevo. Nesta
reunião, Ratzinger levanta uma questão a Dupuis: “O senhor estaria disposto a
declarar que seu livro deve ser compreendido à luz de nossa Declaração Dominus Iesus?”. Ao que respondeu
Dupuis: “Eminência, temo que o senhor esteja pedindo muito de mim”. A resposta
revela a liberdade teológica de Dupuis no confronto das autoridades católicas.
O que vale, em primeiro lugar, é a honradez de sua teologia, o direito de sua
cidadania teológica. Para Dupuis, que nunca conseguiu ensinar o que não pensa,
nada era mais legítimo do que exercer o direito de manter “uma distinta
percepção da mesma fé num contexto diverso”. Por isso se bateu toda a vida. Ele
dirá no post scriptum de sua obra
sobre O cristianismo e as religiões:
“Afirmações absolutas e exclusivas sobre Cristo e sobre o cristianismo, que
reivindicassem a posse exclusiva da auto-manifestação de Deus ou dos meios de
salvação, distorceriam e contradiriam a mensagem cristã e a imagem cristã”.
Os dois capítulos de Dupuis
publicados postumamente na obra editada por William Burrows foram escritos com
o propósito de publicação na obra O
cristianismo e as religiões, como um posfácio. Isso não ocorreu em razão de
proibição de seus superiores, diante do clima tenso que marcava o período.
Segundo Burrows, não seria interessante para a ordem dos jesuítas um ataque
mais direto à Dominus Iesus, num
momento em que reações muito negativas ao documento da CdF se irradiavam e
outros religiosos da ordem estavam sendo investigados: Jon Sobrino e Roger
Haight (60). Os dois capítulos com a reflexão de Dupuis abordavam sua reação
tanto com respeito à Dominus Iesus (DI)
como ao seu processo e a Notificação que se seguiu. O que expressam, na
verdade, é a reafirmação de seus principais argumentos teológicos, já
defendidos na sua obra de referência, envolvendo sua defesa de um pluralismo
inclusivo.
As reservas de Dupuis a respeito da DI são bem precisas.
Com respeito à visão cristológica, Dupuis retoma os argumentos clássicos de sua
reflexão. A seu ver, a reivindicação da unicidade e universalidade de Jesus
Cristo não reduz o espaço para uma teologia “aberta” das religiões. Defende a
plenitude da revelação de Deus em Jesus Cristo, entendida porém como uma
“plenitude qualitativa” e não “quantitativa”, o que significa manter aberto o
mistério de Deus que “permanece escondido para ser manifestado plenamente no escaton” (71). Dupuis, por diversas
vezes, reage ao risco do cristomonismo presente na Dominus Iesus, que é recorrente na tradição latina, implicando numa
excessiva concentração cristocêntrica do mistério da salvação e encobrindo sua
fundamental dimensão trinitária (90 e 143). A perspectiva trinitária é um dos
traços essenciais da reflexão de Dupuis: “Deus Pai é aquele que
fundamentalmente salva; Jesus Cristo é, na humanidade e no percurso histórico
de sua vida, morte e ressurreição humana, o sacramento primordial da ação
salvífica de Deus; o Espírito Santo torna o valor salvífico do evento-Cristo
presente e atual em todo tempo e lugar” (153).
Jacques Dupuis é bem claro em sua argumentação. Evita
atribuir a Jesus Cristo o caráter de “salvador absoluto”. E isto por uma razão
muito óbvia. Trata-se de um atributo que se reserva à Realidade última ou ao
Ser Infitito, não podendo incidir sobre nenhuma realidade finita, aqui incluída
a existência humana do Filho-de-Deus-feito-homem. Para Dupuis é Deus mesmo e
não Jesus Cristo em sua humanidade “a suma e original fonte da revelação e da
salvação”. Somente a Deus pode ser atribuído o qualificativo de Revelador e
Salvador absoluto (96 e 139). Tanto a Exortação apostólica Evangelii nuntiandi (EN 8) como a encíclica Fides et ratio (FR 80) acentuam essa ideia de Deus (ou de seu
Reino) como único absoluto. Aplicar a Jesus o traço de “mediação fundamental”
da salvação, como indicado na DI, é um limite. A fonte fundamental ou causa
primeira “é Deus Pai; Jesus Cristo age enquanto mediador entre Deus e a
humanidade no nome e sob a iniciativa do Pai. Em última análise, é de Deus que
derivam os elementos de verdade e bondade presente nas tradições” (139).
Como a revelação de Deus em Jesus Cristo não exaure o inteiro
mistério de Deus, isto tem repercussões vivas na relação do cristianismo com as
outras religiões. O Concílio Vaticano II manteve muita prudência a esse
respeito, buscando resguardar um lugar reservado ao mistério de Deus e
reconhecendo a legitimidade de caminhos que só Deus conhece (GS 22 e AG 7).
Dupuis busca seguir esta mesma trilha, salvaguardando o direito e a dignidade
das diversas tradições religiosas, também portadoras de “verdade e graça” (AG
9). Daí sua reação crítica à Dominus
Iesus quando estabelece uma distinção entre fé e crenças (DI 7). Para
Dupuis, trata-se da expressão mais desdenhosa da Declaração da CdF. Equivale a
estabelecer uma rígida separação entre a fé divina, específica do cristianismo,
e as crenças religiosas, reduzidas a meras opiniões humanas. Uma posição que
acaba sendo ofensiva com todas as outras tradições religiosas, incluindo o
judaísmo e o islã (108). Em sua reação crítica a tal distinção, assinala
Dupuis: “Em verdade, o texto indica que, enquanto a nossa fé cristã no Deus que
se revelou a Abraão e declarou seu nome a Moisés é fé teologal, a mesma coisa
quando é professada pelos judeus é somente uma crença humana ? E João Paulo II
talvez tenha se equivocado quando, em agosto de 1985, disse a milhares de
jovens muçulmanos em Casablanca: ´Nós acreditamos no mesmo Deus, o único Deus,
o Deus vivente, o Deus que criou o mundo e leva as suas criaturas à perfeição`
? Ou então queria dizer que aquilo que é fé divina para nós cristãos é, para os
muçulmanos, só uma opinião humana ? Não há nenhuma justificação bíblica para
refutar a extensão da fé divina para os membros das outras religiões” (77). Uma
tal perspectiva, também assumida pela Comissão Teológica em seu documento sobre
O cristianismo e as religiões (1997),
acaba por reforçar o tradicional axioma Extra
ecclesiam nulla salus (77, 98 e 100). O que a distinção entre fé teologal e
crenças ajuda a manter é em realidade uma teologia do acabamento. As outras
tradições religiosas ficam reduzidas à condição de “marcos de espera”. A Dominus Iesus confina as outras
religiões a mera “ocasiões” ou “pedagogia” para o passo decisivo de sua
inserção no cristianismo. Elas “falam de Deus” ou “sobre” Deus, mas somente na
religião cristã, portadora de fé teologal, “é Deus mesmo quem fala”. Constituem,
na verdade, uma “preparação evangélica”, estimulando o coração de homens e
mulheres para a abertura à ação de Deus (108 e 109).
Com respeito ao papel exercido pela igreja no plano da
salvação, Dupuis assinala que esta atuação não implica, necessariamente, “uma
atividade de mediação universal da graça” com respeito aos membros das outras
tradições religiosas. É o que revela, por exemplo, o documento Diálogo e Anúncio, da Pontifícia
Comissão para o Diálogo Inter-Religioso, em seu número 29. Os participantes de
outras tradições religiosas acolhem ao convite de Deus sem necessariamente
recorrer à igreja, mas mediante o exercício da fé e do amor. É “através da
prática daquilo que é bom nas suas próprias tradições religiosas, e seguindo os
ditames da sua consciência, que os membros das outras religiões respondem
afirmativamente ao convite de Deus” (DA 29). Isso em verdade significa
reconhecer que “os elementos de verdade e de graça presente nas tradições podem
ser os canais mediante os quais Deus alcança seus membros com a sua salvação”
(153 e 154).
Nada mais problemático do que restringir a dignidade das
outras tradições religiosas, assinalando que elas “objetivamente se encontram
numa situação gravemente deficitária, se comparada com a daqueles que na Igreja
têm a plenitude dos meios de salvação” (DI 22). Isso é o que mais irrita a
Dupuis, e a todo e qualquer teólogo que busca levar a sério a dignidade das
outras tradições religiosas. Trata-se de algo que objetivamente ofende aos
outros, revelando uma perspectiva teológica curta e ensimesmada. Como assinala
Dupuis, o conceito de salvação apresentado pela DI revela um encurtamento de
horizontes, reiterando seu traço exclusivo de consciência da verdade. O que
permanece ausente, e que é essencial, é o traço do amor, do agape. E esse é o traço fundamental
apontado por Jesus para indicar o caminho da salvação (Mt 25,31-46 e 1 Jo
4,16). O que fundamentalmente conta para a salvação, sublinha Dupuis, não é o
acesso à plenitude da verdade, nem o beneficiamento dos meios de salvação
confiados por Jesus à igreja, mas o exercício do amor (115).
Todo o trabalho exercido por Jaques Dupuis ao longo de sua
vida foi em favor do diálogo entre as religiões, entendido como um caminhar em
comum visando o horizonte maior do Mistério, que a todos escapa. Foi igualmente
uma busca de aprofundamento da compreensão do mistério de Cristo. Esta foi sua
“paixão constante”, como ele mesmo sublinhou (38). Mas nesse caminho encontrou
muitas dificuldades e resistências, talvez em razão de dificuldades precisas de
setores da igreja católica em acolher uma perspectiva mais arejada e ousado do
cristianismo. Depois de iniciado o processo contra ele, viu crescer ao seu
redor as resistências ao seu pensamento, mesmo entre alguns colegas da
Gregoriana. Algumas exceções devem ser destacadas, como a do companheiro e
amigo, Gerald O´Collins, que sempre o defendeu com ardor e empenho. É algo
muito duro para um teólogo movido por grande amor à igreja, ver sua obra rechaçada
e incriminada como desviante. Ao longo de sua reflexão, sublinha que se
enrubesce só de imaginar que sua obra poderia causar dano aos seus leitores
(156). Muito humilhante para ele ter que vivenciar no final de sua carreira
acadêmica, aos 74 anos de idade, atitudes hostis que o impediam de continuar a
exercer o seu trabalho na Gregoriana (28 e 29); bem como a irradiação nos meios
de comunicação de artigos que incriminavam a sua reflexão teológica. Tudo isso
somado acabou produzindo nele uma depressão que se aprofundou no final da vida
(60 e 61), levando-o a morte antes do tempo, em 28 de dezembro de 2004.
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