sábado, 21 de março de 2015

Jacques Dupuis: a honradez de uma teologia livre

Jacques Dupuis: a honradez de uma teologia livre

Faustino Teixeira


            Em preciosa obra sobre a sobrevivência da teologia na cultura contemporânea (A teologia no exílio. Vozes, 2006), Christian Duquoc sublinha que os teólogos só firmam sua credibilidade quando ousam “pensar por si mesmos”, seguindo uma exigência de Kant. Vivemos novos tempos, e os teólogos são provocados a assumirem a “liberdade de suas opções”. A trajetória intelectual de Jacques Dupuis (1923-2004) é um exemplo vivo dessa nova perspectiva de reflexão. Estamos diante de uma das mais honradas figuras da teologia católica na transição do século.

            Estamos vivendo tempos novos e arejados no pontificado de Francisco, mas as décadas anteriores foram mais sombrias na conjuntura eclesiástica. O caso Dupuis é um exemplo vivo das difíceis tensões que a teologia viveu na sua busca de liberdade e inserção autêntica no tempo. Com a recente publicação da obra organizada por William R. Burrows, Por que não sou herético (EMI, 2014), abre-se a oportunidade para Dupuis “responder a seus críticos na forma que lhe foi negada durante a sua vida”. Foi o caminho encontrado pelo amigo e editor inglês de suas obras para ampliar e divulgar a preciosa reflexão do teólogo belga. O livro apresenta-se dividido em quatro capítulos, dois dos quais (II e III) dedicados a apresentar os pontos de vista de Jacques Dupuis sobre a Declaração Dominus Iesus (CdF, agosto de 2000) e sobre o processo movido contra ele desde setembro de 1998, culminado na Notificação crítica sobre seu livro, em fevereiro de 2001: Rumo a uma teologia cristã do pluralismo religioso (1997). Os outros dois capítulos (I e IV), de autoria de W. Burrows, apresentam o ponto de vista de seu editor inglês sobre o processo sofrido por Dupuis por parte da CdF e a Notificação que se seguiu. Para ajudar o leitor, as referências das páginas do livro seguirão em parêntesis.
           
No capítulo introdutório, W. Burrows apresenta de forma sintética a vida e obra de Dupuis, culminando na polêmica que envolveu o seu pensamento com a Congregação para a Doutrina da Fé (CdF). Na visão de seu editor, Dupuis era antes de tudo um homem de igreja, que se dedicou integralmente ao serviço dos jesuítas, por cinquenta e três anos, dos quais trinta e seis vividos na Índia. E essa experiência missionária foi decisiva, como ele mesmo relata em depoimento de 2003: “A minha exposição à realidade indiana foi a maior graça que pude receber de Deus com respeito à minha vocação de teólogo e professor”. Sua presença na Índia remonta aos anos de 1948. Ali segue seus estudos de teologia, complementados em Roma, bem como sua ulterior tarefa no magistério teológico, começada em Kurseong e concluída em Nova Deli (Vidyajyoti Institute of Religious Studies). A transferência para Roma ocorreu em 1984, por sugestão do padre geral dos jesuítas, Pedro Arrupe (1907-1991), que tinha grande apreço pelo trabalho de Dupuis. Assume então a tarefa de professor na Pontifícia Universidade Gregoriana. Curioso o que ocorreu. Na Índia, Dupuis era considerado muito prudente, tanto para os seminaristas quanto para os teólogos jesuítas locais. Também para Panikkar, Dupuis vinha identificado como um teólogo “ocidental e conservador”. E ao chegar a Roma e iniciar suas atividades ali, passa a ser considerado “muito radical”, identificado agora como “um símbolo do progressismo e da abertura” (35).

            O trabalho de Dupuis na Gregoriana foi coberto de sucesso. Seus cursos e seminários estavam sempre cheios e inúmeras as solicitações de orientação (37). Assumiu também a direção da revista Gregorianum, que ficou 18 anos sob sua responsabilidade (1985-2003). Vale também recordar o seu trabalho de consultor do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso (39-40), tendo sido um dos principais responsáveis pela redação de um dos mais abertos documentos pontifícios sobre o tema do diálogo do cristianismo com as religiões, denominado Diálogo e Anúncio (1991).

            O processo canônico movido contra Dupuis foi iniciado em 26 de setembro de 1998, através de carta do cardeal Ratzinger (então prefeito da CdF) endereçada ao superior dos jesuítas, padre Peter Hans Kolvenbach. A razão de tudo isso era o livro publicado por Dupuis em 1997, Rumo a uma teologia cristã do pluralismo religioso. Por decisão da Cdf, em reunião ocorrida em junho de 1998, o livro torna-se objeto de contestação, e segundo a avaliação da assembleia ordinária de seus membros, a obra do teólogo belga apresentava “graves erros e ambiguidades doutrinais sobre a doutrina da fé católica a propósito da revelação, da soteriologia, da cristologia e trindade” (64). Seguiu-se um processo extremamente doloroso para Dupuis, tendo que responder às diversas indagações do dicastério romano. Inúmeras páginas de questões foram lançadas a ele, que respondeu longamente, em ocasiões distintas: foram 188 páginas na resposta ao primeiro documento e 60 páginas para a outra série de indagações lançadas. Tudo isso seguido de um doloroso silêncio. As respostas dadas por Dupuis foram julgadas insatisfatórias pela CdF e o processo resultou na Notificação de seu livro, cujo texto definitivo  veio publicado em 27 de fevereiro de 2001 no jornal L´Osservore Romano (125).

            A tensa situação não impediu Jacques Dupuis de publicar um novo livro, em 2001, com o título: O cristianismo e as religiões (Queriniana). A autorização de publicação (imprimi potest) vinha dada pelo vice-reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana, o padre Francisco J. Egaña, e o prefácio do livro foi escrito pelo teólogo Luigi Sartori.  O livro de Dupuis não continha muita novidade. Retomava os temas de seu livro anterior, de forma agora mais breve e prática, sem tantas notas, visando sobretudo o público geral. Mas sem dúvida isso passou despercebido para a CdF e talvez mesmo para os superiores jesuítas, como dá a entender Burrows na introdução do último livro de Dupuis. E ele relata a reação de Dupuis: “Dupuis disse ter provado uma certa delectatio amorosa (prazer perverso) ao constatar que seus inquisidores da CdF não sabiam que seu novo livro estava em vias de ser publicado” (15). As reações de Dupuis diante das acusações da CdF foram sempre muito claras e diretas, como expressou a Burrows numa conversa telefônica: “Se tivesse dito, querido dizer ou acreditado no que eles me atribuíam, seria em verdade um herético. Mas não o fiz” (15). O teólogo belga esteve sempre muito seguro de sua posição, e ciente de seu domínio da dogmática católica. Movia-se pela convicção de que conhecia a tradição dogmática católica melhor do que seus diletantes, e tinha firmeza e tranquilidade sobre a sua fé: “Se eu sou um herético, então também o é João Paulo II” (59). Há que lembrar que Dupuis, junto com J. Neuner, estava trabalhando com afinco na sétima edição de uma grandiosa obra, com mais de 11.000 páginas, sobre a dogmática católica: Christian Faith in the Doctrinal Documentos of the Catholic Church (Alba House, 2001).

            Dois personagens curiais tiveram grande importância no processo movido contra a obra de Jacques Dupuis: Tarcisio Bertone e Angelo Amato. O primeiro era então secretário da CdF e o segundo, consultor do dicastério. Os dois eram salesianos, e tiveram um papel importante na redação seja da Dominus Iesus como da Notificação crítica da obra de Dupuis (24). Na visão de Burrows, os dois prelados falharam em seu trabalho de assessoria ao cardeal Ratzinger, contaminando a correta visão teológica de Dupuis. Se nos damos conta da obra publicada sob a orientação de Angelo Amato (quando secretário da CdF), em 2006, com diversos documentos da CdF publicados entre os anos de 1966 e 2005, o clima da introdução geral da obra – por ele assinada - já indica a dificuldade com a teologia das religiões: “Para desenvolver a sua tarefa a CdF teve que intervir por diversas vezes nesses anos no confronto de alguns teólogos que, com suas doutrinas errôneas, causavam grande escândalo aos fiéis e turbamento no inteiro corpo eclesial” (CdF – Documenta Inde a Concilio Vaticano Secundo expleto edita).

            No colóquio pessoal com Ratzinger, em setembro de 2000, a impressão causada a Dupuis, era que o prefeito da CdF não tinha compreendido bem os detalhes de sua teologia, ou então estava mal informado a respeito. E o livro de Dupuis já tinha sido publicado em três línguas (italiano, francês e inglês), em editoras de grande relevo. Nesta reunião, Ratzinger levanta uma questão a Dupuis: “O senhor estaria disposto a declarar que seu livro deve ser compreendido à luz de nossa Declaração Dominus Iesus?”. Ao que respondeu Dupuis: “Eminência, temo que o senhor esteja pedindo muito de mim”. A resposta revela a liberdade teológica de Dupuis no confronto das autoridades católicas. O que vale, em primeiro lugar, é a honradez de sua teologia, o direito de sua cidadania teológica. Para Dupuis, que nunca conseguiu ensinar o que não pensa, nada era mais legítimo do que exercer o direito de manter “uma distinta percepção da mesma fé num contexto diverso”. Por isso se bateu toda a vida. Ele dirá no post scriptum de sua obra sobre O cristianismo e as religiões: “Afirmações absolutas e exclusivas sobre Cristo e sobre o cristianismo, que reivindicassem a posse exclusiva da auto-manifestação de Deus ou dos meios de salvação, distorceriam e contradiriam a mensagem cristã e a imagem cristã”.

            Os dois capítulos de Dupuis publicados postumamente na obra editada por William Burrows foram escritos com o propósito de publicação na obra O cristianismo e as religiões, como um posfácio. Isso não ocorreu em razão de proibição de seus superiores, diante do clima tenso que marcava o período. Segundo Burrows, não seria interessante para a ordem dos jesuítas um ataque mais direto à Dominus Iesus, num momento em que reações muito negativas ao documento da CdF se irradiavam e outros religiosos da ordem estavam sendo investigados: Jon Sobrino e Roger Haight (60). Os dois capítulos com a reflexão de Dupuis abordavam sua reação tanto com respeito à Dominus Iesus (DI) como ao seu processo e a Notificação que se seguiu. O que expressam, na verdade, é a reafirmação de seus principais argumentos teológicos, já defendidos na sua obra de referência, envolvendo sua defesa de um pluralismo inclusivo.

As reservas de Dupuis a respeito da DI são bem precisas. Com respeito à visão cristológica, Dupuis retoma os argumentos clássicos de sua reflexão. A seu ver, a reivindicação da unicidade e universalidade de Jesus Cristo não reduz o espaço para uma teologia “aberta” das religiões. Defende a plenitude da revelação de Deus em Jesus Cristo, entendida porém como uma “plenitude qualitativa” e não “quantitativa”, o que significa manter aberto o mistério de Deus que “permanece escondido para ser manifestado plenamente no escaton” (71). Dupuis, por diversas vezes, reage ao risco do cristomonismo presente na Dominus Iesus, que é recorrente na tradição latina, implicando numa excessiva concentração cristocêntrica do mistério da salvação e encobrindo sua fundamental dimensão trinitária (90 e 143). A perspectiva trinitária é um dos traços essenciais da reflexão de Dupuis: “Deus Pai é aquele que fundamentalmente salva; Jesus Cristo é, na humanidade e no percurso histórico de sua vida, morte e ressurreição humana, o sacramento primordial da ação salvífica de Deus; o Espírito Santo torna o valor salvífico do evento-Cristo presente e atual em todo tempo e lugar” (153).

Jacques Dupuis é bem claro em sua argumentação. Evita atribuir a Jesus Cristo o caráter de “salvador absoluto”. E isto por uma razão muito óbvia. Trata-se de um atributo que se reserva à Realidade última ou ao Ser Infitito, não podendo incidir sobre nenhuma realidade finita, aqui incluída a existência humana do Filho-de-Deus-feito-homem. Para Dupuis é Deus mesmo e não Jesus Cristo em sua humanidade “a suma e original fonte da revelação e da salvação”. Somente a Deus pode ser atribuído o qualificativo de Revelador e Salvador absoluto (96 e 139). Tanto a Exortação apostólica Evangelii nuntiandi (EN 8) como a encíclica Fides et ratio (FR 80) acentuam essa ideia de Deus (ou de seu Reino) como único absoluto. Aplicar a Jesus o traço de “mediação fundamental” da salvação, como indicado na DI, é um limite. A fonte fundamental ou causa primeira “é Deus Pai; Jesus Cristo age enquanto mediador entre Deus e a humanidade no nome e sob a iniciativa do Pai. Em última análise, é de Deus que derivam os elementos de verdade e bondade presente nas tradições” (139).

Como a revelação de Deus em Jesus Cristo não exaure o inteiro mistério de Deus, isto tem repercussões vivas na relação do cristianismo com as outras religiões. O Concílio Vaticano II manteve muita prudência a esse respeito, buscando resguardar um lugar reservado ao mistério de Deus e reconhecendo a legitimidade de caminhos que só Deus conhece (GS 22 e AG 7). Dupuis busca seguir esta mesma trilha, salvaguardando o direito e a dignidade das diversas tradições religiosas, também portadoras de “verdade e graça” (AG 9). Daí sua reação crítica à Dominus Iesus quando estabelece uma distinção entre fé e crenças (DI 7). Para Dupuis, trata-se da expressão mais desdenhosa da Declaração da CdF. Equivale a estabelecer uma rígida separação entre a fé divina, específica do cristianismo, e as crenças religiosas, reduzidas a meras opiniões humanas. Uma posição que acaba sendo ofensiva com todas as outras tradições religiosas, incluindo o judaísmo e o islã (108). Em sua reação crítica a tal distinção, assinala Dupuis: “Em verdade, o texto indica que, enquanto a nossa fé cristã no Deus que se revelou a Abraão e declarou seu nome a Moisés é fé teologal, a mesma coisa quando é professada pelos judeus é somente uma crença humana ? E João Paulo II talvez tenha se equivocado quando, em agosto de 1985, disse a milhares de jovens muçulmanos em Casablanca: ´Nós acreditamos no mesmo Deus, o único Deus, o Deus vivente, o Deus que criou o mundo e leva as suas criaturas à perfeição` ? Ou então queria dizer que aquilo que é fé divina para nós cristãos é, para os muçulmanos, só uma opinião humana ? Não há nenhuma justificação bíblica para refutar a extensão da fé divina para os membros das outras religiões” (77). Uma tal perspectiva, também assumida pela Comissão Teológica em seu documento sobre O cristianismo e as religiões (1997), acaba por reforçar o tradicional axioma Extra ecclesiam nulla salus (77, 98 e 100). O que a distinção entre fé teologal e crenças ajuda a manter é em realidade uma teologia do acabamento. As outras tradições religiosas ficam reduzidas à condição de “marcos de espera”. A Dominus Iesus confina as outras religiões a mera “ocasiões” ou “pedagogia” para o passo decisivo de sua inserção no cristianismo. Elas “falam de Deus” ou “sobre” Deus, mas somente na religião cristã, portadora de fé teologal, “é Deus mesmo quem fala”. Constituem, na verdade, uma “preparação evangélica”, estimulando o coração de homens e mulheres para a abertura à ação de Deus (108 e 109).

Com respeito ao papel exercido pela igreja no plano da salvação, Dupuis assinala que esta atuação não implica, necessariamente, “uma atividade de mediação universal da graça” com respeito aos membros das outras tradições religiosas. É o que revela, por exemplo, o documento Diálogo e Anúncio, da Pontifícia Comissão para o Diálogo Inter-Religioso, em seu número 29. Os participantes de outras tradições religiosas acolhem ao convite de Deus sem necessariamente recorrer à igreja, mas mediante o exercício da fé e do amor. É “através da prática daquilo que é bom nas suas próprias tradições religiosas, e seguindo os ditames da sua consciência, que os membros das outras religiões respondem afirmativamente ao convite de Deus” (DA 29). Isso em verdade significa reconhecer que “os elementos de verdade e de graça presente nas tradições podem ser os canais mediante os quais Deus alcança seus membros com a sua salvação” (153 e 154).

Nada mais problemático do que restringir a dignidade das outras tradições religiosas, assinalando que elas “objetivamente se encontram numa situação gravemente deficitária, se comparada com a daqueles que na Igreja têm a plenitude dos meios de salvação” (DI 22). Isso é o que mais irrita a Dupuis, e a todo e qualquer teólogo que busca levar a sério a dignidade das outras tradições religiosas. Trata-se de algo que objetivamente ofende aos outros, revelando uma perspectiva teológica curta e ensimesmada. Como assinala Dupuis, o conceito de salvação apresentado pela DI revela um encurtamento de horizontes, reiterando seu traço exclusivo de consciência da verdade. O que permanece ausente, e que é essencial, é o traço do amor, do agape. E esse é o traço fundamental apontado por Jesus para indicar o caminho da salvação (Mt 25,31-46 e 1 Jo 4,16). O que fundamentalmente conta para a salvação, sublinha Dupuis, não é o acesso à plenitude da verdade, nem o beneficiamento dos meios de salvação confiados por Jesus à igreja, mas o exercício do amor (115).


Todo o trabalho exercido por Jaques Dupuis ao longo de sua vida foi em favor do diálogo entre as religiões, entendido como um caminhar em comum visando o horizonte maior do Mistério, que a todos escapa. Foi igualmente uma busca de aprofundamento da compreensão do mistério de Cristo. Esta foi sua “paixão constante”, como ele mesmo sublinhou (38). Mas nesse caminho encontrou muitas dificuldades e resistências, talvez em razão de dificuldades precisas de setores da igreja católica em acolher uma perspectiva mais arejada e ousado do cristianismo. Depois de iniciado o processo contra ele, viu crescer ao seu redor as resistências ao seu pensamento, mesmo entre alguns colegas da Gregoriana. Algumas exceções devem ser destacadas, como a do companheiro e amigo, Gerald O´Collins, que sempre o defendeu com ardor e empenho. É algo muito duro para um teólogo movido por grande amor à igreja, ver sua obra rechaçada e incriminada como desviante. Ao longo de sua reflexão, sublinha que se enrubesce só de imaginar que sua obra poderia causar dano aos seus leitores (156). Muito humilhante para ele ter que vivenciar no final de sua carreira acadêmica, aos 74 anos de idade, atitudes hostis que o impediam de continuar a exercer o seu trabalho na Gregoriana (28 e 29); bem como a irradiação nos meios de comunicação de artigos que incriminavam a sua reflexão teológica. Tudo isso somado acabou produzindo nele uma depressão que se aprofundou no final da vida (60 e 61), levando-o a morte antes do tempo, em 28 de dezembro de 2004. Haight.auto-manifestaçmagist(60). O tema dos cap em sendo investigados: Jon Sobrino e Roger Haight.auto-manifestaçmagist

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