Os passos do diálogo na dança da vida
Faustino Teixeira
UFJF / IHU / Paz e Bem
“Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
Transformai as velhas formas do viver”
Gilberto Gil
Em minhas publicações mais recentes, tenho trabalhado com afinco o tema da mudança de paradigma que envolve a reflexão contemporânea com os passos relacionados aos saltos animal e vegetal. Podemos também falar na emergência de reflexões que ampliam ainda mais o quadro quando abordam a presença contagiante dos fungos e bactérias, que não estão nem no reino animal ou vegetal, formando um reino à parte, vigoroso e potente. Sabemos hoje, por estudos recentes, que dentre os 2,2 ou 3,8 milhões de espécies de fungos, somente uma parcela reduzida, de 6%, foi descrita. Eles representam “seis a dez vezes o número de espécies de plantas existentes” (SHELDRAKE, 2021, p. 19). Fornecem “a chave para compreender o planeta que vivemos e a maneira como pensamos, sentimos e nos comportamos”, embora , em sua grande parte não esteja ao alcance dos olhos.
Em tempos de “viradas” fundamentais, percebemos também um processo interessante em nosso tempo de uma nova percepção também dos minerais, inclusive com antropólogos aventando, com base na percepção dos povos originários, a dinâmica de vida que rege esse mundo particular. Já em tempos atrás acompanhamos a trajetória reflexiva de Teilhard de Chardin, revelando a dimensão espiritual da matéria. Desde criança, o místico e paleontólogo jesuíta manifestava o seu apreço e admiração profunda pela matéria e o gosto pelo geológico. No seu hino à matéria, expressava toda sua simpatia:
“Bendita sejas, tu, áspera matéria, gleba estéril, duro rochedo, tu que não cedes a não ser pela violência, e nos forças a trabalhar se quisermos comer (...). Eu te saúdo, potência universal de aproximação e de união, através da qual se liga a multidão das mônadas e na qual convergem todas sobre a rota do Espírito” (CHARDIN, 1994, p. 72-73).
Teilhard sentia-se atraído pelo “sentido de plenitude” que a matéria manifestava para ele, deixando-se contagiar por uma Presença profunda, ontológica e vital que captava no Universo ao seu redor. Dizia que “para compreender o Mundo , o saber não basta; é preciso ver, tocar, viver na presença, beber a existência quente no próprio seio da Realidade”(CHARDIN, 2007, p. 17 e 68).
Essa sedução e apreciação da Matéria vemos também em outras tradições religiosas, como no Budismo Zen, com Mestre Dogen (1200-1253) e a tradição Soto-Zen. Elementos da Matéria, como as montanhas, os rios e os vales, ganham em sua pena uma valorização única, e se realizam como Presença. Tudo está repleto de vida e movimento, como indicou com precisão em vários capítulos de seu Shôbôgenzô (A verdadeira Lei, tesouro do Olho). Em sua visão, a Natureza está profundamente ligada ao movimento do despertar. E tudo que ocorre no espaço da matéria reverbera por todo canto: “Uma flor eclode, e o mundo se levanta” (DÔGEN, 2005, p. 222). No capítulo-livro do Shôbôgenzôque trata das montanhas e rios como sutras, o Sansuikyô, o mestre sinaliza que aqueles que não tem olhos para captar o movimento e a vida das montanhas deixam de perceber o seu próprio movimento (DÔGEN, 2005, p. 103-104).
Na reflexão antropológica atual vemos a emergência dessa ocular com autores singulares como Eduardo Kohn (KOHN, 2017) e Tim Ingold (INGOLD, 2015). Retomando a perspectiva do cosmos anímico, Ingold vai destacar a presença vital que habita o sol, as árvores e o vento. Toda a matéria vem energizada pela presença da vida e do movimento. Como ele diz, “onde quer que haja vida, há movimento” (INGOLD, 2015, p. 122-123). Na “textura do mundo da vida” o que existe é uma magnífica teia que liga tudo e provoca contágios fabulosos e inauditas relações. Uma esplêndida teia de nós. Todo o ambiente que nos rodeia e no qual vivemos não é somente uma paisagem a se ver, mas um mundo a ser habitado e cuidado com atenção e reverência. É um mundo que reverbera.
Em peculiar linha de reflexão que podemos associar à “virada mineral”, encontramos a filósofa e antropóloga Elizabeth Povinelli, sobretudo no último livro de sua trilogia, que começou com a obra Império do amor, sendo seguida por outra, Economias do abandono. No terceiro volume, Geontologias, a autora trabalha com três figuras singulares para lidar com o tema das “existências entrelaçadas” no tempo do liberalismo tardio. São elas a figura do deserto, do animista e do vírus.
São figuras que recorre para poder entender o tema da geontologia, que "passa a cumprir um papel maior na governança do nosso pensamento" no tempo atual.
O deserto tem como seu imaginário central o carbono. Ele é "o espaço em que já houve vida, não há mais, mas poderia haver se conhecimentos técnicos e recursos fossem devidamente administrados" (POVINELLI, 2023, p. 41-42).
A segunda figura é a do animista, que está relacionada com o "imaginário da indigineidade”. É uma perspectiva que vem defendida por autores contemporâneos, como Tim Ingold, Philipe Descola e Bruno Latour. Enquanto o deserto “dramatiza o perigo constante que a Não Vida representa para a Vida, o Animista insiste que a diferença entre Vida e Não Vida não deve ser vista como uma questão, já que todas as formas de existência carregam em si uma força vital de ânimo e afeto". O animista, revela a autora, "caminha de trás para a frente, rumo à pré-história do humano, da vida, ao inerte e como coisa inerte” (POVINELLI, 2023, p. 43 e 270)
A terceira figura, a da vírus, tem como imaginário central o "terrorista". Como diz a autora, "o vírus é a figura daquilo que procura interferir nos arranjos atuais da Vida e Não Vida e afirma ser uma diferença que não faz diferença". A sua ação é marcada por um ritmo dificilmente controlável: ele “copia, duplica e permanece dormente, ao mesmo tempo que se ajusta continuamente às circunstâncias, experimentando e realizando testes” (POVINELLI, 2023, p. 45).
Estamos vivendo hoje esse império do terror dos vírus, que se adaptam continuamente, com novos campos de resistência e ação letal. Novas epidemias estão por vir, como lembrou Hélio Schwartman em sua coluna da FSP, de 13/07/2023:
“As leis da biologia asseguram que vírus e bactérias evoluem em ritmo mais acelerado do que o de seres cujo ciclo reprodutivo é mais longo. E sempre que certos patógenos assumirem formas suficientemente novas para ludibriar nossos sistemas imunes, teremos epidemias”.
Retomando o fio da meada, o que há na vida como um todo é uma “rede emaranhada”, como bem apontou Alexander von Humboldt. Os organismos estão todos conectados. Em sua encíclica sobre o cuidado da Terra, o papa Francisco captou essa inter-conexão, e a mencionou diversas vezes (FRANCISCO, 2015, p. 15, 34, 75 e 96).
“É dentro desse emaranhado de trilhas entrelaçadas, continuamente se emaranhando aqui e se desemaranhando ali, que os seres crescem ou ´emanam` ao longo das linhas das suas relações. Este entrelaçamento é a textura do mundo” (INGOLD, 2015, p. 120-121).
Nossa ocular se transforma quando somos capazes de perceber a riqueza do arranjo do mundo, que envolve uma dinâmica correlacional singular, que nos possibilita ver “as infinitas formas de grande beleza”, como mostrou com razão Charles Darwin ao final de sua obra Origem das espécies.
Com as viradas animal, vegetal e mineral nos situamos diante de uma mudança radical de paradigma, que coloca em questão não só o antropocentrismo humano tradicional e todas as formas de excepcionalismo que acabam por dissolver a riqueza da diversidade e o nexo colaborativo entre as “espécies companheiras”.
O papa Francisco captou bem esse novo horizonte, indicando a centralidade dessa interligação entre todas as coisas, reiterando um dado que é fundamental que é a condição de “terra” do ser humano. Sem dúvida, nós somos terra e o nosso corpo “é constituído por elementos do planeta” (FRANCISCO, 2015, p. 3). Como lembrou Leonardo Boff, o corpo humano
“é formado pelo pó cósmico, circulando no espaço interestelar há bilhões de anos, antes da formação das galáxias, das estrelas e dos planetas, pó esse provavelmente mais velho que o sistema solar e a própria Terra. O ferro que corre pelas veias do corpo, o fósforo e o cálcio que fortalecem os ossos e os nervos; os 18% do carvão e os 65% de oxigênio mostram que somos verdadeiramente cósmicos” (BOFF, 1999, p. 142).
Há um mundo inter-relacional que se apresenta sob os nossos pés, com as impressionantes teias criadas pelos fungos, com suas hifas quilométricas que ligam as árvores entre si, num mundo cosmopolita de dádiva e cooperação. O que existe por todo canto é uma cidade cosmopolita subterrânea de transações únicas, que infelizmente escapam ao olhar humano (TSING, 2019, p. 43-44).
As teias micorrízicas são compostas por “linhas de desterritorialização”, onde não se pode identificar onde está o seu começo ou o seu fim. Elas “fogem” sem parar, num jogo de equilíbrio que é excepcional. São linhas interligadas, que se remetem umas às outras. Não há também como querer buscar um fundamento para o que existe no mundo subterrâneo. Vigora um mundo de conexão e sabedoria, mas isento de qualquer teleologia. Não há ponto de destaque, mas apenas “devires” (DELEUZE; GUATARI, 2017, p. 25-26, 48-49).
O que provoca ainda mais admiração é perceber a capacidade desses seres invisíveis sobreviverem nas mais difíceis condições. Como diz Sheldrake, “poucos ambientes são extremos demais para os fungos”. Eles resistiram bravamente a todos os eventos de extinção que já ocorreram na Terra, e permanecem sobreviventes (SHELDRAKE, 2021, p. 13 e 202-203). E, ao contrário do que se imagina, mesmo sem cérebro, são dotados de uma singular cognição ou inteligência, com capacidade “de comportamentos sofisticados que nos levam a repensar o significado de ´resolução de problemas`, ´comunicação`, ´tomada de decisão`, ´aprendizado` e ´memória`” (SHELDRAKE, 2021, p. 25).
É um traço que provoca admiração e “espanto” a complexidade que envolve as transações e colaborações na vida interespécies, a riqueza das interconexões estabelecidas. São exemplos vivos de sobrevivência, tenacidade e resistência para os seres humanos.
Hoje percebemos igualmente que o nosso próprio organismo vem habitado por esses seres invisíveis, a ponto de admitirmos que somos mais micróbios que humanos, uma vez que apenas 43% das células que nos habitam são humanas, as demais são microbiomas. Eles perfazem cerca de 2 a 20 milhões de genes no nosso organismo. Os seres humanos estão, como vimos, profundamente conectados ao ambiente mais amplo, e em si mesmo são “constituídos por outros seres” (SAGAN, 2021, p. 97).
O mundo dos micróbios é bem mais antigo do que o nosso, bem como mais maleável, adaptável e mutável. Os micróbios são fundamentais para nós, na medida em que atuam para que o nosso corpo funcione corretamente, regulando a digestão e protegendo o nosso organismo das diversas patologias; eles igualmente elaboram e transformam “as macromoléculas dos alimentos que os enzimas humanos não conseguem digerir” (RESCIGNO, 2023, p. 18-19).
Em artigo revelador, Alessandra Barbosa Ferreira Machado (e outros), aborda a diversidade do mundo microbiano. Assinala que “a idade de Terra é de 4,6 bilhões de anos. Os cientistas dispõem de evidências que as células surgiram na Terra há 3,8 a 3,9 bilhões de anos. Esses organismos eram exclusivamente micro bianos e, por muito tempo, foram a única forma de vida na Terra” (FERREIRA et al, 2021, p. 1). Eles constituem o grupo de organismos mais abundantes e diversos presentes no nosso planeta. Constituem os ancestrais dos organismos multicelulares. Formações microbianas foram encontradas em “massas microbianas fossilizadas em rochas de 3,5 bilhões de anos”. (FERREIRA et al, 2021, p. 2). São formações denominadas estromatólitos, e que revelam a longevidade da vida microbiana no planeta.
Com respeito aos microscópicos hóspedes que estão presentes no nosso corpo, sobretudo as bactéria, eles estão instalados sobretudo no intestino, mas igualmente na boca, na cavidade nasal, na faringe, no trato urogenital e na pele. Encontram-se em menor quantidade no estômago, em razão do ambiente mais hostil, com a presença de enzimas peculiares e ácidos.
Além das bactéria, que estão em número bem maior, nosso organismo também vem habitado por fungos, vírus e archaeas, que são organismos unicelulares iguais às bactérias. A evidência da presença de fungos em nosso organismo é uma descoberta mais recente, ainda que estejam presentes em número bem menor que as bactérias. São, porém, componentes importantes em nosso organismo, ajudando em processos como a digestão e outros mecanismos de integração do comportamento humano (FERREIRA et al, 2021, p. 11).
Toda essa composição ganha o nome de microbiota humana, que deriva de duas expressões gregas: myco(fungo) e bios(vida). Em cada ser humano, ela traduz a presença de trilhões de células, cuja maioria são de bactérias localizadas no intestino. A flora intestinal vem enriquecida por essa presença benfazeja, fundamental para o equilíbrio da saúde. A microbiota vem, em parte, transmitida pela mãe ao feto no momento do nascimento. Uma microbiota harmônica é fator de saúde, mas podem também ocorrer desequilíbrios, que implicam uma disbiose, com consequências que podem ser graves para as pessoas.
Os estudos em curso sobre a microbiota estão promovendo uma verdadeira revolução no mundo da medicina, mas também na compreensão da vida em seu significado mais amplo. Esses “povos de fronteira” que nos habitam revelam também um traço que é fundamentalmente dialogal. Um diálogo que procede no nosso mundo interior. Mais um dado para comprovar o que o papa Francisco falou certa vez, ao dizer que “a diversidade é bela”. Entre o nosso organismo e os micróbios instala-se uma verdadeira aliança, marcada pela comensalidade e mutualidade (RESCIGNO, 2023, p. 22). Os micróbios inserem-se no organismo humano seja em forma pacífica e estabilizada (comensalidade), ou com uma atuação mais evidente e criadora (mutualismo).
Todas essas reflexões são fundamentais para a quebra da ideia de um antropocentrismo ou excepcionalismo humano. Estamos todos, sim, inseridos na teia da vida, participando de um diálogo que não tem fim. Palavras chave são interação e movimento. Tudo contribuindo para entender que não somos, de forma alguma, “diferentes de tudo que nos rodeia” (COCCIA, 2021, p. 119). Somos, como diz Harawai, seres da lama, compostos pelo tecido da terra.
Tudo aqui apresentado traduz para nós uma bonita convicção que o ciclo do tempo nunca se encerra, e que estamos envolvidos numa viagem comum com outros seres, com as “espécies companheiras”, com seus direitos característicos. Não há descontinuidade material do universo. A nossa carne não vem de outro lugar, senão do universo, e no universo ela vai encontrar novas modalidades de habitação, mesmo depois da “morte”. Como nos lembra Coccia, “todos os nossos átomos deram um corpo a milhares de vidas antes da nossa – humanas, vegetais, bacterianas, virais, animais – e darão realidade a outras numa dança que nunca poderá ser interrompida”( COCCIA, 2021, p. 126-127).
Como passo de conclusão, devo dizer que o diálogo, em todas as suas formas, foi sempre uma paixão na minha trajetória. Fui crescendo na compreensão do diálogo, de forma a envolver novas perspectivas, para além do diálogo entre as religiões, que permaneço vendo como essencial. Revelações novidadeiras ocorreram e ocorrem com os novos estudos que venho realizando, sinalizando que o diálogo acontece em vários patamares. A partir de minha inserção nesse campo, fui percebendo que há o diálogo ecumênico, inter-religioso, inter-espiritualidades, inter-convicções e agora me deleito com o tema do diálogo inter-espécies. E tudo isso ganha novos contornos com as reflexões que nos apontam que o diálogo se dá também dentro de nós, com esses invisíveis habitantes que interagem conosco e nos fazem crescer em equilíbrio e saúde.
Para entender o universo do diálogo, um texto fundamental nas minhas pesquisas foi escrito por um grande amigo, Marco Lucchesi, que com sua sensibilidade única encontrou as palavras certas para definir essa viagem bonita e novidadeira em direção ao mundo do outro:
“O estrangeiro bate à nossa porta. Não há outro caminho senão o diálogo: na energia crescente, no vínculo de relação que o constitui. O diálogo é um tesouro precioso, uma zona de aventura, espanto e inquietação. O diálogo deve ser uma zona de passagem, um espaço potencial, uma cartografia inacabada, a que aderem as partes, ciosas de sua identidade, convidadas a pensarem sob uma nova luz. Sem proselitismo. Não para reduzir o outro, não para o convencer de que está errado, mas para aprender com ele, num caminho novo. O diálogo é um ponto de luz, uma porta de saída para o impasse, um gesto solidário.
E o centro do diálogo reside na acolhida, na beleza do rosto que contemplo, no olhar do outro que me indaga e me convida a mover os lábios”.
Não há dúvida que o diálogo é essa “cartografia inacabada”, sempre aberta a inserir novos personagem, seja humanos ou não, numa viagem de descobertas e aprendizados, que, em verdade, nos ajudam a compreender a sua centralidade. Na esplêndida letra de Gilberto Gil, Tempo Rei, que é também para mim um mantra, podemos nos dar conta dessa beleza que vamos encontrando pelo caminho e que desvendam sempre novos horizontes de alegria e espanto:
“Tudo permanecerá do jeito que tem sido
Transcorrendo, transformando
Tempo e espaço navegando todos os sentidos”.
Referências Bibliográficas
BOFF, Leonardo. Saber cuidar. Ética do humano – compaixão pela Terra. Petrópolis: Vozes, 1999.
CHARDIN, Teilhard. Hino do Universo. São Paulo: Paulus, 1994.
CHARDIN, Teilhard. Il cuore della matéria. 3ª ed. Brescia: Queriniana, 2007.
DELEUZE, Gilles; GUATARI, Félix. Mil Platôs– V 1. 2ª ed. São Paulo: Editora 34, 2011.
DÔGEN, Maître. Shôbôgenzô. Tome 1. Vannes Cedex: Sully, 2005.
FERREIRA, Alessandra Barbosa et al. MicrobiotaGastrintestinal. Evidências de sua influência na saúde e na doença. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2021.
FRANCISCO, Papa. Carta Encíclica Laudato si. Sobre o cuidado da casa comum. São Paulo: Paulinas, 2015.
INGOLD, Tin. Estar vivo. Ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Petrópolis: Vozes, 2015.
SHELDRAKE, Merlin. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/UBU, 2021
KOHN, Eduardo. Comment pensent les forêts. Le Kremlin-Bicêtre: Zones sensibles, 2017.
SAGAN, Dorian. Livro de seres invisíveis. Rio de Janeiro: Dantes Editora, 2021.
TSING, Anna Lowenhaupt. Viver nas ruínas. Paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas, 2019.