A epopeia dos pássaros na busca do
Simurgh
Faustino Teixeira
PPCIR-UFJF
Um dos maiores estudiosos da obra de Farîd ud-dîn Attâr (1158-1221) é,
sem dúvida Helmut Ritter, que escreveu a importante obra, O mar da alma (1955), em torno da visão de homem, mundo e Deus no
pensamento do místico persa.[1]
Dentre as diversas obras de Attâr, destaca-se Mantiq ut-tair (A linguagem dos pássaros), um grande poema místico no
estilo de um matnawî religioso[2],
que aborda uma “épica da alma” em sua busca do Mistério de Deus.
As traduções da Linguagem dos
pássaros são normalmente em prosa, ainda que o original persa seja em
verso. Temos a tradução francesa de Garcin de Tassy (1982) e a italiana
organizada por Carlo Saccone (1999). No Brasil são duas traduções: A conferência dos pássaros (1993) e A linguagem dos pássaros (1991)[3].
Há também o texto teatral, adaptado por Jean-Claude Carrière.[4]
Mais recentemente foi publicada a magnífica tradução francesa de autoria de
Leili Anvar, que retoma o original persa em verso.[5] Trata-se de um
“poema meditativo” com 4.724 dísticos, que inclui também um prólogo e um
epílogo. O grande tema da obra é o Amor do Bem-Amado. Um livro que encantou
tantos místicos posteriores, como Rûmî, que sobre Attâr escreveu: “Attâr
percorreu os sete vales do amor quando nós não chegamos senão na esquina”[6].
Retomando místicos anteriores como Râbi´a e Hallaj, Attâr fala do “puro
Amor”, de uma busca que exige do sujeito um radical despojamento do ego. Para
ir ao encontro de Simurgh (que é uma figura feminina[7])
há que se jogar no fogo de sua Presença e desaparecer. E esse horizonte do Amor
está para além da clivagem tradicional entre crença e descrença, entre bem e
mal. O Amor é um desafio paradoxal que exige do sujeito a ruptura das ilusões e
do orgulho, do ensimesmamento que é letal.
O livro de Attâr é precioso para ilustrar o processo que leva o buscador
ao encontro do Amado. Ele, porém, adverte no epílogo da obra sobre as condições
para a leitura de seu texto poético: “Entra com amor neste diwan, entrega tua
alma com abandono e adentra este palácio. Em semelhante hipódromo (espiritual),
que jamais foi visível, e onde a alma não se mostra, se não entras com afeto
não verás nem a poeira”.[8]
Há que estar disponível para essa aventura: se o coração não está “revolvido” o
olhar não verá sequer uma “poeira se levantar”[9].
Há um “perfume” no discurso de Attâr que escapa aos leitores exteriores. O
texto exige uma atenção particular, que é a do “caminho dos amantes”. Só
aqueles de “inteligência espiritual” podem acessar os sinais dos “segredos” que
o livro contém. Diz Attâr: “O véu desta esposa do harem (divino) não será
retirado do lugar de honra da Graça senão gradualmente”.[10]
Assim se revela o projeto fantástico da obra, que se inicia com um lindo
prólogo, antes da abordagem da epopeia dos pássaros em busca de Simurgh. Na
abertura, a rica fórmula ritual bismillâh, que abre todas as suras do Corão,
com exceção da sura IX[11].
Nos primeiros dísticos do prólogo a colocação precisa do traço que marca o
Mistério do Simurgh: sua dilatação (bast) e contração (qabz)[12];
sua beleza (jamâl) e sua majestade (jalâl).[13]
Uma generosidade que faz clarear o dia e
reter a obscuridade da noite. E a noite tem um lugar singular nesta obra de
Attâr, pois foi “em meio à noite” que ocorreu a primeira manifestação de
Simurgh, e isto na China.[14]
Como assinalou Diane de Selliers em nota de rodapé, o fato desta manifestação
ter ocorrido à noite revela algo de essencial, que é “tela de fundo da poesia
mística persa”.[15]
O buscador deve atravessar a noite, vencer as sombras interiores antes de
acessar o Sol da Verdade. Attâr está aqui pensando também na célebre ascensão
celeste e noturna do profeta Mohammad (miraj), que o levou da mesquita sagrada
de Meca à mesquita de Jerusalém. E Attâr fala deste “sagrado banquete” onde nem
mesmo o anjo Gabriel veio admitido, pois “queimaria suas asas”.[16]
Os dísticos do prólogo são de uma
beleza impar e abordam os grandes temas da mística sufi, como a presença viva
do Mistério em todo o universo, sua irradiação mediante seus atributos; sua
presença delicada, como um tesouro, ainda que “escondida”. O tema da
impenetrabilidade do Mistério recobre várias passagens do prólogo:
“Se a razão, por vezes, entrevê Tua presença
ela jamais penetrará Tua essência”[17]
ela jamais penetrará Tua essência”[17]
“Oh Tu que a razão aguarda em sua errância
Tu que a inteligência deixou escapar em seu caminho”[18]
Tu que a inteligência deixou escapar em seu caminho”[18]
“É por meio de Ti que vejo o universo todo inteiro
E em todo o universo, nenhum sinal de Ti”[19]
E em todo o universo, nenhum sinal de Ti”[19]
E a linguagem é pobre, muito pobre, para expressar as
riquezas deste Mistério:
“Como falar de Ti, que eu, eu nada sei?”[20]
Mas o Mistério, apesar de escondido, manifesta aqui e ali
os sinais de sua presença:
“Cada átomo do mundo abre um novo portal
E cada um conduz a Ele por uma via nova”[21]
E cada um conduz a Ele por uma via nova”[21]
Mas somente
Ele revela o caminho, jamais a razão. Para que a razão acesse os seus sinais
ela necessita romper com o seu peso e obsessão. Se o buscador não processa essa
kênose, se ele não deixa perder nada, não há nada a que buscar.
Attâr
insiste com o buscador: é necessário tornar-se nada, aniquilar-se, perder-se
Nele para avançar no caminho: “Avance no Um, longe da dualidade. Unifica o teu
coração, a tua qibla e a tua face”.[22]
Singular é o discurso de abertura da
poupa, a “mensageira do mundo invisível”[23],
no encontro com os pássaros. Ela, emocionada, coloca-se no centro da assembleia
para falar sobre o Simurgh, o grande pássaro. A descrição é bela:
Conheço bem
o meu rei, mas, sozinha, não posso planejar encontrá-lo. Abandonai vossa
timidez, vossa presunção e vossa descrença, pois quem converte em luz a própria
vida está liberto de si mesmo; está liberto do bem e do mal no caminho do
amado. Sede generosos com a vida. Ponde os pés na terra e parti, alegres, para
a corte do rei. Temos um rei de verdade, que vive atrás das montanhas chamadas
Kaf. Chama-se Simurgh e é o rei dos pássaros. Está perto de nós, mas nós
estamos longe dele. O sítio que habita é inacessível, e nenhuma língua consegue
pronunciar-lhe o nome. Diante dele pendem cem mil véus de luz e treva, e nos
dois mundos ninguém tem o poder de disputar-lhe o reino. Ele é o senhor
soberano e banha-se na perfeição da sua majestade. Não se manifesta abertamente
nem mesmo no local da sua habitação, e a esta nenhum conhecimento e nenhuma
inteligência podem chegar. O caminho é desconhecido, e ninguém possui constância
para procurá-lo, embora milhares de criaturas passem a vida anelando por isso.
Nem mesmo a alma mais pura é capaz de descrevê-lo, nem pode a razão
compreendê-lo: esses dois olhos estão cegos. Não é dado ao sábio descobrir-lhe
a perfeição nem ao homem de entendimento perceber-lhe a beleza (...). Não
imagines que o percurso seja curto; e cumpre ter um coração de leão para
percorrer essa estrada insólita, pois ela é muito longa e o mar é fundo.
Anda-se laboriosamente num estado de assombro, às vezes sorrindo, chorando às
vezes. Quanto a mim, sentir-me-ei feliz de descobrir, pelo menos, um vestígio
dele. Isso seria, com efeito, alguma coisa, mas viver sem ele é uma desgraça”.[24]
Mais adiante, em reunião com os pássaros, a grande guia – a poupa –
insiste sobre a importância de um coração polido: “Como poderia prosperar o
amor num coração privado de sensibilidade?”[25].
A graça do Simurgh reflete-se num espelho, e este espelho é o coração. O amor
não convive com a insensibilidade: “Aquele a quem o amor abre os olhos caminha
até o fim arriscando a vida, e, em sua dança, vai além do controle da mente”.[26]
O convite feito pela poupa aos pássaros, de ir em direção ao
Mistério Maior, ao Simurgh, vem rebatido por eles, que recorrem a tantas
desculpas para não avançarem no caminho.[27]
O rouxinol argumenta que para ele basta o amor da rosa; o papagaio sugere que
sua ambição é unicamente buscar a fonte da água da imortalidade; o pato está
satisfeito com a superfície da água; a perdiz com o amor às pedras preciosas; o
falcão com a companhia exitosa dos reis; a garça com a beleza da gota d´água. Outros dão suas desculpas, como o
pardal, de corpo frágil, que receia a caminhada por não dispor de energias para
tanto. Diante das desculpas, a guia (poupa) argumenta de forma magistral. Tanto
assim, que consegue seduzir miríades de pássaros a seguirem a jornada. Mas como
era de se supor, apenas 30 chegaram ao destino, vencendo os sete vales de
dificuldades.
Numa das argumentações feitas pela poupa, ela
concorda com as dificuldades expressas por cada um. Sublinha que pássaro algum
é portador da constância necessária para seguir com tranquilidade o caminho. A
virtude da constância, argumenta, é coisa muito rara. Se todos fossem puros,
diz a poupa, Deus não teria enviado os profetas para sinalizar a riqueza do
caminho. E sugere a oração: “Se do fundo de teu coração, manténs acesa a
oração, terás um horizonte de paz, e isto lentamente, mas com certeza”.
O
trabalho da poupa, um trabalho de guia, ocorre depois que cada pássaro levanta
suas interrogações a respeito da viagem a ser empreendida. A poupa indica a importância
de largar mão dos apegos para empreender a nobre jornada. Para a poupa, cada um
dos pássaros apresentou desculpas “tolas”: “Não tinham mais que más notícias
para dar”.[28]
Sua argumentação era clara: faz-se necessário preferir o Simurgh à própria
vida, e isto envolve “combate” interior (jihad). Para a poupa, “aquele a quem o
amor abre os olhos caminha até o fim arriscando a vida, e em sua dança, vai
além do controle da mente”.[29]
Só aquele que tem o coração polido, como um espelho, é capaz de mirada
disponível para ver o Simorgh[30];
só aquele que abre seu olhar ao amor é capaz de entrar “inteiramente na dança”,
colocando em questão a própria vida. É o amor que abre o acesso ao
desnudamento. Aqueles de fato amam, diz a poupa, não pensam apegadamente em sua
vida. E acrescenta: “deixa a vida e siga até o fim do caminho”.
Depois de ouvirem com atenção ao discurso da poupa, os
pássaros decidem assumir o caminho. Cem mil pássaros respondem ao apelo da guia
e partem em direção ao Simurgh. A guia estava ali para ajudar os inquietos,
para “fazer e desfazer os nós”. E partem embalados pelo canto da rola e do
rouxinol, num toque tão melodioso que provoca “um tumulto em todo o universo”.[31]
Partem confiantes sob o olhar da poupa, a guia eleita por Salomão[32].
Ao avistarem, porém, o primeiro vale – o vale da busca – titubeiam e se
assustam. Volta à baila a questão dos apegos: a vaidade, o orgulho, a fixação
nas moradas terrestres e o medo da morte. Mas entra novamente em cena a poupa
com a sua reflexão consoladora: “O caminho espiritual não foi feito para os que
estão envoltos na vida exterior”. Há que confiar, diz a guia, na misericórdia
de Deus, que é “um sol ardente que chega ao menor dos átomos”.
Os pássaros atravessam os sete vales: o vale da busca, do
amor, do conhecimento, da plenitude[33],
da unidade, da estupefação e da pobreza. O último vale, da pobreza, é o mais
difícil, pois envolve o radical despojamento ou aniquilação. Dois termos
adornam o último desafio: faqr (pobreza e desnudamento) e fanâ (aniquilamento).[34] É
o vale que precede a chegada ao limiar do Simurgh. É durante a reflexão desta
sétima morada, que Attar introduz a história clássica das farfalas (mariposas
noturnas) que buscam a chama da vela.[35]
Interessante verificar que apenas uma delas, a que estava embriagada de amor,
conseguiu abraçar a chama, embalada por uma dança misteriosa, descobrindo o
segredo do Amor. Ela abraça o fogo, perdendo-se nele com alegria. Como diz a
sábia mariposa, a mestra, aquela embriagada, que se jogou no fogo, é a única
que detém o conhecimento do segredo.
De todos os mil pássaros que empreenderam a jornada, apenas
30 chegaram ao destino. Os outros ficaram pelo caminho: “Muitos se perderam no
oceano, muitos pereceram nas grimpas da altas montanhas, torturados pela sede;
o fogo do sol crestara as asas e secara o coração de tantos outros; alguns
foram devorados por tigres e panteras; e outros se finaram de fadiga nos
desertos e nas selvas, com os lábios ressequidos e o corpo vencido pelo calor;
outros enlouqueceram”.[36] O
restante dos trinta, mostravam-se “perplexos, cansados, desanimados, sem penas
e asas”. Estes chegaram ao portal do Misericordioso, sendo recebidos pelo
camarista da soberana corte.[37] A
perceber a chegada dos pássaros, o guardião indagou sobre a caminhada
empreendida, mas reagiu ao fato dos pássaros manifestarem mais gemidos e
lamentações do que a alegria de estar diante do Simurgh: “Nada trazeis além de
gemidos e lamentações. Regressai, portanto, ao sítio de onde viestes, ó vil
punhado de terra!”[38]
Tocados pela reação do guardião, os pássaros, movidos pela estupefação,
incorporam a dinâmica espiritual das farfalas tomadas pelo ardor e brilho da
vela: “Somos iguais à mariposa que anelava a união com a chama da vela”.[39]
Um coração quando é tomado pela chama, a ele nada mais importa. Foi quando
então o camarista, o arauto da graça, abri-lhes a porta, descerrando as cem
cortinas, que impediam a mirada. É quando então o novo mundo manifesta-se sem
véu.
Só nesta etapa final, depois de longas peregrinações, é que
os pássaros se dão conta do Mistério, diante da luz das luzes: “Quando se viram
totalmente em paz e alheados de todas as coisas, perceberam que o Simurgh se
achava ali em sua companhia e que uma nova vida começava para eles no Simurgh.
Tudo o que haviam feito anteriormente se apagou. O sol da majestade emitia seus
raios e, no reflexo do rosto de cada um, os trinta pássaros (si-murgh) do mundo
exterior contemplaram o rosto do Simurgh do mundo interior”.[40] E
a história se conclui de forma extraordinária, com os pássaros sendo
aniquilados no “Si” do Simurgh: “Logo
depois perderam-se os pássaros para sempre no Simurgh – a sombra perdeu-se no
sol, e isso é tudo”.[41]
[1] Hellmut Ritter. Il
mare dell´anima. Uomo, mondo e Dio in Farîduddîn ´Attâr. Milano: Ariele,
2004 (a edição alemã original é de 1955).
[2] Para esclarecimentos sobre a forma do mathnavi persa
cf. Carlo SACCONE. Il maestro sufi e la
bella cristiana. Roma: Carocci, 2005, p. 55 e 62.
[3] Farîd ud-Din Attar. Le langage des oiseaux. Paris: Albin Michel, 1996; Id. Il verbo degli uccelli. Milano:
Mondadori, 1999; Id. A conferência dos
pássaros. São Paulo: Cultrix, 1993; Id. A
linguagem dos pássaros. 2 ed. São Paulo: Attar, 1991.
[4] La conférence
des oiseaux. Récit théatral de Jean-Claude Carrière. Paris: Albin Michel,
2008.
[5] Farîd od-dîn ´Attar. Le cantique des oiseaux. Paris: Selliers, 2013.
[6] Ibidem, p. 12.
[7] Embora os tradutores ocidentais identifiquem Simurgh
como uma figura masculina, encontramos outros autores como Henry Corbin e Leili
Anvar que acentuam o seu traço feminino, acentuando, assim, sua dinâmica
matricial. Veja: Farîd od-dîn ´Attar. Le
cantique des oiseaux, p. 20 e 31 (nota 1).
[8] Farid ud-Din Attar. A linguagem dos pássaros, p. 243.
[10] Farid ud-Din Attar. A linguagem dos pássaros, p. 244. O místico fala ainda no epílogo
de sua obra que ela é expressão de “pura loucura”, da qual se exclui a dinâmica
da razão tradicional: Le cantique des
oiseaux, p. 354.
[11] Farîd od-dîn ´Attar. Le cantique des oiseaux, p. 31.
[12] Ibidem, p. 33, n. 21.
[13] Ibidem, p. 114, n. 45.
[14] Curiosa essa referencia à China, ao país dos mestres
da pintura. O Simurgh é “a fonte das foras e cores do mundo material, a fonte
da beleza”. O mundo aparece como o “ateliê das maravilhas”, refletindo de forma
viva a “plumagem bordada do Simurgh”: Farîd od-dîn ´Attar. Le cantique des oiseaux, p. 86, n. 23.
[15] Ibidem, p. 86-87, n. 23.
[16] Ibidem, p. 51, n. 71.
[17] Ibidem, p. 37.
[18] Ibidem, p. 38.
[19] Ibidem, p. 38.
[20] Ibidem, p. 38.
[21] Ibidem, p. 39.
[22] Ibidem, p. 41.
[23] Como indica Leili Anvar, a poupa era o pássaro
coroado, mensageira eleita do rei Salomão. Sublinha como o místico persa
trabalha em sua narrativa com a proximidade sonora das duas expressões: “hodhod” (poupa) e “hâdî” (guia): Farîd od-dîn ´Attar. Le cantique des oiseaux, p. 11.
[24] Farîd ud-Din Attar. A conferência dos pássaros, p. 22-23.
[25] Farîd ud-Din Attar. A linguagem dos pássaros, p. 67.
[26] Ibidem, p. 67.
[27] Ibidem, p. 46-66.
[28] Ibidem, p. 66.
[29] Ibidem, p. 67.
[31] Ibidem, p. 148.
[32] Ibidem, p. 149, n. 1.
[33] O termo empregado por Attar é “esteghnâ” e dá margem para diversas traduções. Alguns o traduzem
com a expressão “independência”. A palavra escolhida vem tomada da tradução de
Leili Anvar.
[34] Farîd od-dîn ´Attar. Le cantique des oiseaux, p. 309, n. 62.
[35] Ibidem, p. 313-314.
[36] Farîd ud-Din Attar. A conferência dos pássaros, p. 139.
[37] Ibidem, p. 140.
[38] Ibidem, p. 141.
[39] Ibidem, p. 141.
[40] Ibidem, p. 141-142.
[41] Ibidem, p. 142.